Capítulo XV

424 41 31
                                        

Nem acredito que esse capitulo saiu.
Acho que reescrevi ele umas 4 vezes porque não estava gostando de como estava ficando
(por isso tanta demora)

Eu espero que dessa vez tenha dado certo.
Me digam o que vocês acharam e perdão pelo atraso, sou chata demais com minha escrita :(

Boa Leitura.
🤍



Todos tememos os pesadelos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Todos tememos os pesadelos. No entanto, talvez o verdadeiro temor devesse recair sobre os sonhos felizes, pois são esses que nos fazem resistir ao despertar.

Somos como Cinderelas, apagando o número doze de todos os relógios, na vã tentativa de adiar o instante em que a carruagem retorna ao seu estado de abóbora.

Quando alguém nos desperta de um pesadelo, somos gratos. Mas, ao sermos arrancados de um sonho feliz, não é raro que o impulso seja de ressentimento — até mesmo de raiva, não?

É evidente que o despertador é um artefato que aprendemos a detestar. Porém, o que seria de nossas vidas sem ele?

E afinal, o que é despertado em nós quando o despertador nos chama de volta à vigília?

Giovanna conhece a resposta.

Para ela, o despertador não apenas interrompe o sonho; ele convoca os sentidos. Ele a retira do mundo onírico para fazê-la ver, ouvir, cheirar e sentir.

Despertar exige, primeiramente, o desejo de fazê-lo. Depois, um esforço. E, por fim, o abandono àquilo que se impõe.

À medida que se rende à suavidade dos lábios de Alexandre, ao calor que dele emana e a envolve, bem como a presença quase etérea do amor que parece pairar sobre ambos, ela se sente sendo invadida por um desejo que julgava adormecido há seis meses. E esse sentimento prontamente desperta nela uma ânsia incontrolável de reconhecer aquilo que seu coração, de forma sútil, ousa lhe revelar.

A sua alma vibra em perfeita sintonia com a dele.

— Você não faz ideia de quanto tempo esperei por isso. – sussurra Alexandre, enquanto seus lábios se encontram na penumbra da noite. A voz rompendo o silêncio com um timbre que carrega esperança e a felicidade de um desejo finalmente concretizado, mas também ressoando fragmentada pelas incertezas que ainda o habitam.

Por dias intermináveis — amanheceres, crepúsculo e madrugadas insones — Alexandre aguardou por aquele instante. O reencontro. O beijo. O toque. O alento. Somente seu coração conhece a extensão da angústia que o consumia dia após dia enquanto esperava. Mesmo com os amigos insistindo que ele precisava seguir em frente, por si e pelas meninas, e sabendo no fundo que eles estavam certos, Alexandre, à sua maneira, manteve-se preso àquela expectativa.

E apesar de caminhar firme, enfrentando cada dia com um sorriso aparente e uma esperança cuidadosamente esculpida por amor a Maria e Laura, a verdade era outra. Nada era tão simples quanto fez passar a parecer. Suas forças haviam se esvaído com o passar dos dias sem a esposa. A esperança que antes parecia sólida já se diluíra. Ele continuava, mas já não acreditava verdadeiramente no que dizia a si mesmo.

RewinE - GNOnde histórias criam vida. Descubra agora