The Kidnap - Hinny

cap. 14

Harry Potter - The Kidnap
🎧 Creepin', Metro Broomin, The Weeknd, 21 Savage

Tudo estava doendo muito, e eu não acreditava que poderia sentir mais dor do que algumas horas atrás, quando me deram uma pancada na cabeça e me fizeram sangrar. Mas quer saber? É completamente possível sentir mais dor.

-Vem, se apoia em mim, vou te levar até o banheiro. - Ginny pede, e eu me esforço para me levantar e se esparramar sobre seus braços. Ela me agarra de um jeito desajeitado e seguimos até o banheiro.

Não sabia se ela me ajudaria, tendo em vista todas as questões que ainda pairavam no ar entre a gente. Mas no fim, acho que seria muita crueldade negar auxílio para alguém nas mesmas condições que eu, havia hematomas espalhados pelo meu peito e o corte que Ginny havia tentando estancar estava sangrando de novo, meu olho esquerdo deveria estar exibindo um belo hematoma já que eu não conseguia abrir por completo.

-Que porra eles fizeram com você? - Ginny questiona, e seus cabelos ruivos cobrem parcialmente meu rosto, enquanto ela me apoia para que eu me sente no minúsculo box daquele banheiro. Não havia divisória alguma entre o chuveiro e o restante do banheiro, até porque qualquer objeto pode ser útil em um sequestro. E eles não querem que a gente fuja, óbvio. - Tenta falar baixo, aqui é provavelmente o único lugar onde não há câmeras.

Olho para ela e nem mesmo presto atenção na última coisa que disse, começo a me recordar de absolutamente tudo, me lembrando do quão frustrado eu me senti durante o interrogatório.

                                            ...

A mulher que me tirou do pequeno barracão, imediatamente colocou sobre meus olhos uma venda, e eu não saberia dizer absolutamente nada sobre o ambiente fora daquele quadrado  estúpido e sem graça, porque não me permitiram. Só poderia afirmar com certeza que o chão era bastante irregular, e eu dei um certo trabalho para aquela moça, pois eu estava cambaleando mais do que um bêbado.

-Quando você se sentar ali, eu espero que pare de se remexer tanto, porque você vai apanhar. - Sua voz soa autoritária e ao mesmo tempo, baixa. Não compreendi porque ela falou "ali" como se eu estivesse vendo a porra da cadeira ou sei lá o que estava na minha frente agora. - O chefe vai te interrogar e por mais que você seja um merdinha sem noção, não quero ter que limpar seu sangue. Comporte-se.

Logo em seguida, ela me empurra e indica com um grunhido que havia um degrau em minha frente. Só nesse momento percebo que estávamos entrando em algum ambiente fechado, interno, e após essa percepção: minha venda é retirada.

-Parece que você tentou bancar o herói e acabou se machucando, não é, Potter? - Um homem mascarado e de capuz afirma.

A sala onde estávamos parecia servir somente para isso: interrogatórios. Era escura e austera, e tinha paredes de concreto cinza e uma única lâmpada fluorescente pendurada no teto, lançando uma luz fria e estéril sobre o homem sentado à mesa metálica e retangular que preenchia o centro do lugar. Ele parecia calmo, mas sua postura tensa sugeria que estava sempre alerta, e de cada lado dele, duas pessoas mascaradas estavam imóveis e segurando armas. Ao olhar para trás, percebo que a mulher que estava comigo já havia saído.

-Vamos, sente-se. Agora. - Sua ordem não me faz sentir medo, e eu permaneço imóvel, o encarando como se propusesse um desafio.