Em "Saint Therese", três irmãs órfãs - a sonhadora Ayla, a talentosa Angel e a determinada Stella - vivem aprisionadas no ambiente sombrio de um orfanato. Presas entre o tédio e o desespero, elas sonham com liberdade. Quando a notícia de um casal it...
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Uma festa. Eles nos trouxeram para uma: FESTA. Claro que Stella e Angel estavam animadas, mas eu não estava acostumada com aquilo, não me sentia bem ali. Sabia que desde o início era uma burrada aceitar sair com eles.
A festa na piscina parecia mais uma daquelas cenas de filme onde tudo acontecia ao mesmo tempo, mas ninguém sabia ao certo como começou. A mansão de Michael, amigo dos meus meio-irmãos, era gigantesca, com jardins intermináveis, escadas de mármore e uma piscina tão grande que parecia mais um lago. Música alta batia nas paredes como um pulso, ecoando pela casa. O ar estava pesado, misturado com o cheiro de cloro, álcool e... algo mais. De longe, via alguns grupos fumando algo que não parecia ser só cigarro. Bebidas coloridas eram servidas sem parar em copos de plástico, e o som de risadas ecoava entre as batidas graves da música.
Sem falar nos casais que se pegavam no meio do caminho. Ou melhor, engoliam um ao outro.
Eu tentava me manter perto das minhas irmãs. Não me perder, não me perder, repetia pra mim mesma como um mantra.
Mas a cada vez que me virava, mais uma multidão surgia. E quando percebi, já estava sozinha. Olhei ao redor, tentando encontrar um rosto familiar, mas só via pessoas que mal reconhecia.
"Relaxa, Ayla" —ouvi a voz do Matteo ecoar na minha mente.— "Isso aqui é a verdadeira diversão. A vida sem pecados... bem, não é vida." —ele sempre tinha uma frase dessas prontinha na ponta da língua, daquelas que te fazem duvidar das próprias escolhas.
Me vi seguindo pela área de fora, explorando o lugar. A casa era um labirinto de corredores com portas que davam em lugares inimagináveis: salas de jogos, varandas secretas, uma cozinha tão grande quanto uma lanchonete, quartos...ocupados e barulhentos, se é que você me entende.
Enquanto caminhava, trombei com Michael. O cara era tatuado até o pescoço, com um cavanhaque malandro, mas o sorriso dele era fácil. Ele parecia ser o tipo que controlava o caos sem se perder nele.
Michael: Fala, garota dos cachinhos dourados! Se precisar de alguma coisa, é só gritar, mas não se mete em furada, hein? —ele disse com um tom de brincadeira, mas o olhar dele tinha um certo aviso. Eu concordo e ri de leve vendo ele sair logo depois.
Continuei explorando, tentando me afastar do caos, mas a cada passo, parecia me perder mais. Até que, no meio do caminho, esbarrei em alguém. Literalmente.
O choque me fez dar um passo para trás. Olhei para cima e vi um garoto alto, com os lados da cabeça raspados e uma faixa de cabelo longo e liso amarrado no topo. Ele usava uma jaqueta com “Olhos de águia” bordado nas costas, e seu olhar... bem, fazia jus à descrição. Havia uma intensidade nele, como se ele estivesse te vendo por inteira, e ao mesmo tempo, guardando segredos que você jamais descobriria. Seu rosto tinha algumas tatuagens sutis que o deixavam ainda mais intrigante.
Xxx: Opa...você anda sempre assim, esbarrando nas pessoas e no mundo da lua? —ele perguntou com um meio sorriso, o tipo de sorriso que não dá pra decifrar se é brincadeira ou algo mais.
