Em "Saint Therese", três irmãs órfãs - a sonhadora Ayla, a talentosa Angel e a determinada Stella - vivem aprisionadas no ambiente sombrio de um orfanato. Presas entre o tédio e o desespero, elas sonham com liberdade. Quando a notícia de um casal it...
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Chegamos da escola faz uns 30 minutos, e, como de costume, a gente só tá esperando a Amber nos chamar pra comer. O dia na escola foi longo demais, tanto que minha cabeça tá a ponto de explodir.
Meu corpo tá tão mole, parece que fui atropelada por um caminhão. Ai, nunca mais vou beber… corta pra cena da próxima festa, eu bebendo horrores.
A Ayla tava me contando do surto que o Matteo teve por causa do Killian, e eu só conseguia ficar com uma interrogação enorme na cabeça. Tá certo que o Killian fez um monte de merda no passado, e foi um passado bem recente, mas vai que o cara mudou, né? Enfim, parece que o Matteo tá cheinho de ciúmes. Ou é essa brisa de irmão protetor, sei lá. Muito queijo essa porra.
Meu celular vibra e ilumina a tela com as notificações do grupo "nós mulheres gostosas", que a Maya criou mais cedo. Ela é demais, legal, simpática, e bonita. Põe bonita nisso, puta merda. Nunca fui de me interessar por garotas, mas se eu fosse... bom, talvez fosse a Maya.
Suspiro, lembrando de quando morávamos naquele fucking orfanato, onde até respirar fora do ritmo era pecado. Ali também tinha meninas lindas, como Antonella, que era simplesmente maravilhosa com seus olhos verdes que se destacavam na pele negra e o cabelo lisinho que parecia brilhar. Nós éramos muito amigas, até que ela foi adotada. Sempre vinha com ideias para "fortalecer a amizade", e eu, na época com 14 anos, morria de medo da madre descobrir e nunca cedia. Mas, se fosse a Maya pedindo agora… acho que seria outra história.
— Oh Ayla —chamo a atenção dela.— E essa Maya, hein? Mó bonita. —solto, rindo de lado.
Ayla ri, largando o celular e ajeitando uma almofada no colo.
Ayla: Hehey! Tás querendo ela, é? —ela brinca, com um sorriso maroto.
Dou de ombros, tentando parecer casual.
— Ué, tô procurando coisa nova. Será que ela libera? —comento, meio insegura, mas com aquele toque de curiosidade.
Angel entra no quarto com aquele seu jeito descolado, fechando a porta do banheiro.
Angel: Liberar o quê, com quem e onde? —ela pergunta, me lançando um olhar curioso.
— Maya, achei ela mó gracinha —respondo, olhando para a Ayla.
Angel: PAPO RETO! Morena lindona, cara —diz, imitando o sinal carioca com as mãos.
Ayla: Espera pelo menos dar um mês de amizade, a menina vai se assustar com três garotas se jogando nela. — ela fala, levantando para ir até a varanda.
Penso um pouco e falo:
— Pior. Fiquei só na dúvida… será que ela é hétero ou não? —pergunto, me juntando a Ayla na varanda.
Ayla balança a cabeça.
Ayla: Irmã, eu acho que ela seja lésbica mesmo. Então a gente consegue desenrolar depois. —diz, rindo.
