Cap.17: De Volta À Vida

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Point of view Laura Sanders 15:38 PM.

Interior - LA

O caminho para a fazenda do meu avô era diferente e muito longe da cidade. Composto por muito arenito e barro, as estradas eram metade ruins e metade péssimas. Muitas poças de água, lama e o clima úmido. Acredito que seja por causa da enorme mata verde que eu via em volta.

O Justin ia dirigindo, pensativo e muito atencioso no volante. A minha tia Selly estava no banco logo atrás com a Julie, que ia na cadeirinha. Dormindo profundamente, sua mãozinha gorda estava agarrada em uma girafa de material mole. Pra morder quando sentisse vontade.

E pra ser sincera o clima não estava muito bom. Minha tia não estava gostando muito da ideia de ir até a fazenda do meu avô. Já tinha entendido que ela não gostava dele e os motivos eu sabia, porém só não lembrava.

— Alguém sabe que estamos indo? — Ela quebra o silêncio e suspiro, olhando para trás.

— Sim. Falei com a minha tia Suzana antes de sairmos de casa e avisei que iríamos até a fazenda. — Minha tia concorda e eu acrescento: — Ela me garantiu que não falou nada. Com certeza ele deve está preocupado.

— Ou escorrace com a gente da fazenda. — Diz ela e lhe olho. — Não sei porque trouxemos malas. Ele no mínimo não deixará a gente ficar por lá.

— Tia... — Falo já querendo torrar a paciência. — Eu não lembro dos atritos entre vocês. Se ele foi alguém mesquinho e egoísta no passado eu não lembro, mas o homem que eu conheci quando cheguei na fazenda... Não é assim. — Ela ficou me olhando seriamente e eu choraminguei. — E se ele tiver mudado? Isso não é bom?

— É sim. Mas lembremos que a pessoa que mais sofreu com o comportamento egocêntrico dele foi o seu pai... Que infelizmente não está mais aqui pra ver essa mudança. — A minha tia acrescentou e eu fico calada. Não queria prolongar esse assunto, ainda mais quando passo a reconhecer o local.

Estávamos chegando. Pude reconhecer a mata verde, o clima delicioso assim que o Justin desceu os vidros do carro. Foi impossível de não se emocionar com a cena, era como se eu tivesse voltado para uma parte de mim. Ali mais do que nunca eu soube o quanto eu fui feliz naquele lugar. Apesar de tudo o que me trouxe pra cá. Vejo alguns capatazes andando a cavalos, outros tangendo o rebanho. Havia ovelhas, cabras, cavalos e gado por todo o enorme hectare verde diante de nós.

— Que saudades daqui... — Falo, olhando em volta e percebo o Justin me olhar. — Eu nunca tinha visto essa parte da fazenda... É mais linda.

— Linda mesmo. — Minha tia concorda e olho para trás, sorrindo. Estendo a minha mão e ela segura. — Desculpa... É que não me conformo que você teve que perder a memória pra poder se aproximar do seu avô.

— Eu entendo... Mas a vida é assim. Não podemos mudar o destino das pessoas, então nós embarcamos juntos e as amamos pelo o que são. — Ela acaricia minha mão antes do Justin parar em frente ao enorme portão. Ou melhor, da grande porteira. Um dos capatazes veio nos receber e se surpreendeu quando me viu. Tanto que não parava de sorrir.

— Senhorita? Mentira que você voltou.

— Oi, Keven. Como vai?

— Eu vou bem. Que bons ventos a trazem aqui?

— Vim visitar meu avô. Fiquei com saudades da fazenda, de tudo isso. — Ele sorri e tira o chapéu. — Como tá a minha égua? Sinto saudades dela mais que tudo.

— Ela está bem.

— Ótimo. Depois quero vê-la.

— Claro. Sejam bem vindos. — Ele fala pro Justin e pra minha tia quando os nota.

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⏰ Última atualização: Sep 25 ⏰

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