Olha Davi, aquele olhos...

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Depois de um dia tenso com toda aquela treta, decidi dar uma volta pela quebrada pra esfriar a cabeça. O sol tava se pondo, pintando o céu de um jeito lindo que só a favela sabe fazer. O clima ficou mais suave e, mano, eu precisava disso.

Enquanto eu andava, o cheiro de churrasco no ar e o funk batendo lá longe me fizeram sentir que a vida continuava. Foi aí que, do nada, eu a vi. Uma mina nova, a Emilly, com aquele sorriso largo e um olhar que brilhava. Cê é louco, parecia que a quebrada tinha se animado só com a presença dela.

Fui direto nela, sem pensar duas vezes.

Davi: "E aí, como tá? Sou o Davi, e você é nova por aqui?"

Ela me olhou com uma cara de quem não tava acreditando muito, mas logo soltou um sorriso.
Emilly: "Oi, Davi! Sou a Emilly. Cheguei agora e tô dando uma volta pra conhecer a quebrada."

Davi: "Pô, que irado! Essa é minha casa, e aqui a gente faz tudo junto. Se precisar de um guia pra te mostrar os melhores rolês, pode contar comigo." Falei, me sentindo o máximo. É bom quando a gente se sente útil, ainda mais na quebrada.

Ela riu, tipo, me desafiando.

Emilly: "Ah, e você é o guia da quebrada? Espero que não me leve pra encrenca!"

Davi: "Encrenca? Aqui a gente já tá dentro só de viver, parça!" Eu disse, dando uma piscadela. "Mas se eu te levar, vai ser na moral, prometo que vai ser divertido. Vem, vou te mostrar a laje mais da hora daqui!"

E assim, começamos a andar, o clima entre a gente fluindo leve. Esqueci totalmente da pressão com o Vitor e a Isadora. Conversar com a Emilly era como uma brisa fresca no meio do calor. Eu fui contando tudo, desde as festas até as histórias da quebrada, e ela tava curtindo cada palavra.

Emilly: "Davi, eu tô adorando aqui. Tem tanta vida, tanta música!" Emilly falou, e, cara, quando ouvi isso, deu um frio na barriga. Era diferente, eu sentia uma conexão maneira.

Davi: "Isso é só o começo, Emilly. A quebrada tem suas paradas ruins, mas a gente sabe fazer festa até o sol raiar!" Eu respondi, e no fundo sabia que queria mostrar tudo pra ela.

Enquanto caminhava ao lado da Emilly, a tensão com a Isadora e o Vitor ia ficando pra trás, e a vida parecia mais leve. Era como se a quebrada estivesse me dando uma nova chance, e eu não queria deixar essa oportunidade passar. Com a Emilly por perto, tudo parecia mais tranquilo, e eu tava animado pra ver onde essa amizade ia nos levar.

Alguns minutos depois:

Chego em casa ainda na adrenalina do rolê com a Emilly, minha cabeça a mil, querendo contar tudo pra alguém. E quem melhor pra ouvir minhas aventuras do que a Júlia, né? Subo as escadas correndo, bato na porta do quarto dela.

Davi: "Ô, Ju, abre aí que eu tenho coisa pra te falar, cê não vai acreditar!"

Júlia, do outro lado, já resmungando: "Já tá causando de novo, Davi? Não aguento mais tirar você das furadas, cê é muito cabeça dura, mano!"

Eu dou risada, empurro a porta e entro, nem espero autorização. A Júlia tá lá jogada na cama, com aquele olhar de quem já sabe que lá vem história.

Davi: "Ju, cê não sabe quem eu conheci hoje! Uma mina mó da hora, novata aqui na quebrada. A Emilly, pô! Bonitona, cheia de atitude, bem diferente da Isadora, tá ligado? Tipo, parece que a favela brilhou mais quando ela chegou."

Júlia cruza os braços, com aquela cara de quem tá avaliando tudo, meio cética.

Júlia: "E você já tá todo empolgadão? Cuidado, Davi. Do jeito que tu é, cê vai se meter em mais confusão ainda."

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