Davi, toda casa tem suas regras.

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Então, eu tava indo encontrar a Mina que eu tava ficando, sabe como é, né? Já tinha trocado uma ideia com ela mais cedo, e aí pensei: "Ah, vou levar lá em casa, de boa." Cheguei com ela, e a Júlia já tava lá no canto, meio de cara, mas tentando disfarçar.

Davi: "Ô Júlia, essa aqui é a Carol."

A guria deu aquele sorrisinho de leve, mas a Júlia, mano...

Júlia: "Ah, oi... Cê nem me avisou que vinha com visita."

Na hora, já vi que ia dar um climão, mas fingi que não notei. A Carol sentou no sofá e, do nada, a Júlia começa a ficar andando pra lá e pra cá, arrumando umas paradas que nem precisavam.

Júlia: "Ah, preciso ajeitar esse travesseiro aqui... Epa, esqueci de pegar uma água. Vocês querem?"

Só tava arranjando desculpa pra não sair de perto, mano. E eu, de canto, tentando segurar a risada, porque tava na cara o ciúme dela.

Aí, depois de uns minutos de tensão no ar, a Júlia chega perto de mim e manda na lata, mas sussurrando, tipo pra não dar na cara pra Carol:

Júlia: "Davi, posso falar contigo rapidinho?"

Fui seguindo ela até a cozinha, já sabendo que vinha bomba.

Júlia: "Que porra é essa, Davi? Cê trouxe essa guria aqui pra casa? Tá maluco?"

Tentei manter a calma, mas dava pra ver que ela tava puta da vida.

Davi: "Qual foi, Júlia? Só trouxe ela aqui pra gente trocar ideia de boa. Qual o problema?"

Ela cruzou os braços, com aquela cara de quem não tava comprando a história.

Júlia: "O problema é que essa casa não é motel, Davi! Cê acha que eu não tô ligada no que tá rolando? Tô aqui só de enfeite, né?"

Tentei apaziguar, mas ela não dava trégua.

Davi: "Mano, calma... Não é nada disso. A gente só tá conversando, na moral."

Júlia: "Conversando, né? Tá bom então, vou ficar aqui do lado só observando, porque eu sei bem onde isso vai dar."

Ela tava vermelha de ciúmes, e eu ali, tentando segurar a situação sem deixar a Carol perceber.

A Júlia, do nada, solta essa:

Júlia: "Aqui só entra garota de Davi se namora. Se for só pegação, é na rua! Né????"

Eu quase engasguei na hora, e a Carol ficou sem saber onde enfiar a cara. Tentei disfarçar, mas a Júlia tava séria demais, cruzando os braços, me encarando.

Davi: "Ô, tá maluca? Nada disso, só uma amiga..."

Júlia: "Amiga, sei. Mas cê sabe como é a regra aqui, né, Davi? Se não namora, vai pegar vento lá fora!"

Carol ri nervosa, e eu tento mudar de assunto, mas a Júlia fica lá, firme, segurando o olhar de quem já me conhece demais.

A Júlia me puxou de canto de novo, olhando pra mim com aquela cara de quem já tava armando alguma.

Júlia: "Sabe de uma? Vou chamar meu ficante também, já que tá liberado, né?"

Eu senti o sangue subir na hora, meu rosto ficou vermelho de ciúme. Nem disfarcei.

Davi: "Tu tá zoando, né? Que ficante o quê, cê nem tem ninguém..."

Júlia: "Ah, não? Pois eu chamo ele agora se duvidar."

Eu neguei até a morte, inventei desculpa, mas nada segurava a cabeça dela. E eu ali, sem conseguir esconder o ciúme, querendo arranjar qualquer motivo pra cortar essa ideia.

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