Aí, tá ligado né, tava na laje com a princesinha... nóis rindo, trocando ideia sobre uns bagulho aleatório, clima suave, sol nascendo... aquele momento daora. Só que do nada, o silêncio bateu, mano. Júlia respirou fundo, e eu já senti que tinha coisa.
Davi: "E aí, princesinha? Que que tá rolando?"
Júlia: "Nada não, Davi... só tô pensando aqui."
Davi: "Ah, qual é, Júlia, eu te conheço, pô. Não vem com esse 'nada não', não. Que que tá pegando?"
Júlia: "Eu falei, mano... é nada..."
Davi: "Nada é o caralho, mano. Olha pra mim. Eu sei que tem alguma coisa errada, fala logo."
Júlia: solta um suspiro longo, meio que se rendendo. "Tá bom, tá bom... vou falar. Só que tu promete não fazer merda, Davi? Eu sei como tu fica."
Davi: "Prometo porra nenhuma, cê sabe que eu vou querer resolver... agora desembucha!"
Júlia: "Na escola, mano... o pessoal me zoa desde sempre, tá ligado? Só que eu nunca te falei porque... sei lá, queria resolver sozinha, mas tá foda. Eles me humilham, ficam falando merda... Eu não fiz nada pra eles, Davi, é só por ser eu, mano."
Ela tava segurando o choro.
Davi: "Ah, não, véi. Tá de sacanagem com minha cara! E cê deixou isso rolar por quanto tempo? Eles mexendo contigo e cê calada? Eu vou dar um jeito nesses otários amanhã mesmo, na moral."
Júlia: "Não, Davi! Pera, mano, não precisa disso... eu já me acostumei, tá ligado?"
Davi: "Se acostumou o caralho, Júlia! Ninguém tem que se acostumar com essa porra, não. Tu é minha irmã, mano, não vou deixar essa merda passar. Amanhã eu vou lá e vou resolver isso do meu jeito."
Júlia: "Davi, por favor... cê vai arrumar mais problema ainda, mano..."
ela dizia, com os olhos marejando.
Davi: "Problema eu arrumo, mas é com eles, não contigo. Tu é a pessoa que eu mais amo nesse mundo, Júlia. Não vou deixar esses moleques fazerem isso contigo, cê tá entendendo?"
Ele pega a mão dela e dá uma apertada firme, tentando passar força pra ela.
Davi: "Ó, vou te dar um papo. Tu não precisa passar por isso sozinha, tá ligado? A vida já é foda demais pra nóis, e eu não vou deixar que tu carregue esse peso. Tu é minha nenenzinha, e isso não vai mudar. Amanhã, eu boto esses otários na linha e tu nunca mais vai precisar ouvir essas merdas."
Aí, quando ela começou a falar, vi que a mina já tava segurando o choro, tá ligado? E do nada, as lágrimas começaram a descer. Putz, me partiu no meio, mano. Eu fiquei meio desesperado, porque ver a princesinha chorando é foda demais pra mim.
Aí, eu só fiz o que um irmão faz, né. Abracei ela forte, aquele abraço que não deixa nem respirar direito, sabe? Apertei ela contra o peito e fui tentando acalmar.
Davi: "Ô, ô, ô... não chora, não, Júlia. Cê é mais forte que isso. Não deixa esses babaca te fazer se sentir assim, não. Na moral, não chora, por favor."
Ele começa a dar uns beijos no rosto dela, tipo tentando acalmar, mas a Júlia ainda tava desabando.
Davi: "Tá vendo, pô? Tu é minha princesinha, neném. Não fica assim, não. Eu tô aqui, véi. Sempre vou tá aqui, cê sabe disso, né?"
Mas mano, parecia que quanto mais eu falava, mais ela chorava, tá ligado? Aí eu pensei, 'preciso fazer alguma coisa'. Foi aí que me veio na mente... mano, vou zoar ela.
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É os Bigode da Firma.
Adventure"É os Bigode da Firma" é minha história, onde eu, Davi, vivo na quebrada. Me meto em amor e traição, e quando rola um lance com a Isadora, mulher do dono do morro, a parada fica tensa por uns motivos ai. A vida vira um caos, e no meio do funk e das...