Tava eu, Júlia e o Vitor no quarto, trocando ideia sobre o que a gente ia fazer com o Luiggi. O maluco tinha passado dos limites quando me fez parar no hospital. Eu não ia deixar isso quieto.
Davi: "Esse maluco me fez parar no hospital, eu não vou deixar isso parado, mano. O Luiggi tá achando que vai sair de boa, mas ele vai se arrepender."
Vitor: "Aí, mano, tamo junto. Já falei com os caras, tão prontos pra dar aquele enquadro. Só falta a gente decidir como vai pegar o vacilão."
Eu já tava bolando o plano na cabeça, mas a Júlia, claro, não ia ficar de fora.
Júlia: "Cê acha que vou ficar só olhando? Tô dentro dessa, Davi. Ele não vai mexer com você e sair impune."
Olhei pra ela com aquela cara de irmão mais velho preocupado.
Davi: "Pirralha, isso não é pra você. O cara tá armado, cê viu o que ele fez comigo. Não posso deixar tu se meter nessa parada."
Ela cruzou os braços e me encarou, decidida.
Júlia: "Eu não tô pedindo permissão, Davi. Eu tô falando que vou. Esse otário te fez mal, e eu não vou ficar de boa com isso."
Vitor olhou pra mim, como quem diz "não tem como segurar".
Vitor: "Davi, a Júlia tem sangue no olho, cê sabe. Mas a gente tem que ser estratégico. Não pode deixar brecha, nem pra ele e nem pra ela."
Davi: "Tá, mas você fica longe da linha de frente, Júlia. Eu vou acertar as contas com esse cara, só preciso que você confie em mim."
Ela assentiu, mas com aquela cara de que não ia me ouvir totalmente. Eu sabia que essa história ainda ia dar merda, mas por enquanto, era isso.
14:28
Às 14:28, o Vitor mandou a mensagem pro Luiggi, sem enrolação. O plano tava em ação e o encontro já tava marcado. O clima era tenso, e não tinha como recuar agora.
Vitor: "Luiggi, 15h no beco atrás da quadra. Vai tá só eu, Davi e a Júlia. Resolve essa parada ou vamo levar adiante."
O Davi olhou pra mim com aquela cara de quem já sabia que ia dar ruim, mas não tinha outra escolha. A Júlia, do meu lado, tava quieta, mas o olhar dela entregava. O ódio por tudo que rolou, o tiro que o Davi levou... Era pessoal agora.
Pegamos o caminho até o beco. A favela parecia mais silenciosa do que o normal, talvez fosse a tensão no ar. Chegamos no local e a cena já tava montada. O Luiggi, com os parças dele, de um lado. Eu, o Davi, a Júlia e os vapores do Vitor, do outro.
A tensão era palpável.
Luiggi deu uns passos pra frente, cheio de marra, e soltou:
Luiggi: "Qual foi? Tá putinho comigo, Davizinho?"
Antes do Davi abrir a boca, a Júlia já voou no moleque com as palavras, cheia de ódio:
Júlia: "Olha aqui, seu estúpido, se tu acha que tá arrasando com essas atitudes de moleque, tá muito enganado. Tu acha que é o que? Um chefão? Cê não passa de um babaca sem rumo. Se é tão focado no Davi, por que não admite logo que é fã dele, mano? Vai lá, fala a verdade. A inveja te consome, né? Tu é só um lixo, Luiggi. Certeza que queria tá no lugar do Paiva, correndo atrás dos teus sonhos. Só que ao invés de tu se mexer e fazer alguma coisa da tua vida, tu prefere ser um pato invejoso, só stalkeando ele de longe, igual um covarde. Cresce, moleque."
Ela não parou por aí, deu mais uma rajada:
Júlia: "Tu só sabe falar merda, mas coragem pra botar a cara pra bater que é bom, tu não tem. Fica se achando com os teus parças, mas no fundo, cês tão é com medo do que o Davi pode virar. Tu não vai chegar a lugar nenhum assim, só vai continuar nessa vidinha medíocre, sempre sendo o coadjuvante da história."
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É os Bigode da Firma.
Adventure"É os Bigode da Firma" é minha história, onde eu, Davi, vivo na quebrada. Me meto em amor e traição, e quando rola um lance com a Isadora, mulher do dono do morro, a parada fica tensa por uns motivos ai. A vida vira um caos, e no meio do funk e das...