Acorda, Davi!

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Acordo com o sol invadindo o barraco, já escutando o som da quebrada. É mais um dia na favela, onde a vida não dá trégua. Eu sou o Paiva, e aqui é meu lugar. Na quebrada, a rotina é pesada pra caramba, mas é cheia de vida. Minha mãe rala pra caralho pra colocar comida na mesa. Acordo, já sinto a pressão.

Saio de casa e vejo a galera na esquina, os Bigode da Firma. A gente é uma família, sempre juntos nessa porra. Aqui, o clima é de amizade, mas a tensão tá sempre no ar. O Vitor, o dono do morro, é firmeza, mas a gente sabe que ele não gosta de quem pisa na bola. E eu, mano, não sou de me deixar intimidar.

Canto e escrevo sobre a vida que levo, sobre o amor e a dor que a quebrada traz. O funk é minha voz, minha arma. Faço música pra representar a luta da galera, porque aqui, cada um tem sua história. É tudo verdadeiro, é tudo real.

Na favela, a gente sonha alto, mas vive com os pés no chão. O amor, a traição, tudo acontece em cada esquina. Mas eu não vou desistir. Essa é minha missão: mostrar que a vida pode ser dura, mas a gente é mais forte.

E assim começa mais um dia na quebrada, entre risos e desafios, entre amigos e a luta. Aqui é onde tudo acontece, e é aqui que minha história começa. E se alguém achar que eu tô brincando, pode vir que eu mostro como a vida é de verdade.

O dia:

Davi: "Caraí, mano, que solzão!" Assim que eu saio do barraco, o sol tá quente, mas isso não me desanima. A galera já tá na esquina, rindo e contando histórias.

Júnior: "E aí, Davi! Olha o cara, o poeta da quebrada! Faz uma rima pra gente, vai!"

Davi: "Tô na correria, mano, mas logo mais tem funk novo. Se liga!"

Pedrão: "Novo? O último foi tão bom que até o Vitor parou pra escutar! E a gente sabe que ele não tem tempo pra isso!"

Todo mundo cai na risada, mas a tensão com o Vitor tá sempre ali. A quebrada é assim, mano. A alegria é em cima do medo.

Isadora: "Oi, Davi! O que você tá aprontando hoje?"

Davi: "Só na correria, Isadora. Vou fazer um som novo, tenta não esquecer de mim, tá?"

Ela pisca e vai embora, e meu coração acelera.

Júnior: "Você tá perdido, Davi! Essa aí é mulher do Vitor, e tu sabe!"

Davi: "Sei, mas coração não entende de regras, parça."

Pedrão: "Vamos, Davi! Mostra pra gente que você é o rei da quebrada!"


Cara, a galera se dispersa e eu fico pensando na Isadora. O coração tá acelerado, tipo um batidão insano. Não consigo parar de pensar nela, mano. Aquele sorriso, aquele olhar... mas me envolver com a mulher do Vitor é furada. Se ele descobre, já era! Tô na roça, parça.

Vou seguindo pela quebrada, as ideias fervendo na cabeça, pensando nos novos versos pro funk. Mas a realidade não me dá sossego, não! Aqui é cheia de histórias e desafios, e eu sou só mais um tentando fazer meu nome.

Aí, do nada, escuto gritos na esquina. Corro pra ver o que tá rolando, e a galera tá em volta de um tumulto, com o Vitor no meio. O cara não tá de boa, não.

Davi: "E aí, Vitor! Que porra tá acontecendo?"

Vitor: "Quem foi que deixou essa merda acontecer? Não quero saber de desculpas!"

A tensão sobe. Todo mundo sabe que quando o Vitor fica assim, é treta na certa. Todo mundo fica na dele, esperando a poeira assentar.

Davi: "Calma, Vitor! Fala pra gente o que aconteceu. A gente resolve essa porra!"

Vitor: "Resolve? Resolve como? Se não souberem o que fazer, eu vou dar um jeito, e não vai ser legal!"

É quando a Isadora aparece, mas o clima mudou. Ela tenta acalmar o Vitor.

Isadora: "Vitor, vamos conversar. Não precisa ser assim, cara!"

Vitor: "E você, Isadora? Não me atrapalha! Isso aqui é coisa de homem!"

A tensão é pesada, e eu me sinto preso no meio disso tudo. O funk que eu faço fala da realidade, mas agora a realidade tá mais perto do que eu queria.

Davi: "Vitor, não precisa ficar nervoso. A gente é da quebrada, vamos resolver isso junto. Ninguém precisa sair machucado, caramba!"

Vitor me olha com aquele olhar de raiva, e a pressão só aumenta. Mas eu sei que preciso manter a calma. O cara respira fundo e dá um passo pra trás.

Vitor: "Certo. Mas eu quero respostas. E rápido. Se não, a gente vai ter problema, Davi."

A Isadora me lança um olhar preocupado, e eu sei que a pressão só aumentou. Essa é a quebrada: um dia é risada, no outro, a tensão tá no ar. E no fundo, eu sei que a música que eu faço é a única maneira de expressar tudo isso.

Mas e a Isadora? O que vai rolar com a gente? Um dia vou ter que tomar uma decisão. Por enquanto, só me resta escrever e esperar.





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