A casa de Eddie estava silenciosa naquela tarde. Christopher tinha ido para a escola, e Buck, ainda se recuperando do acidente, estava deitado no sofá, tentando se distrair com a TV. Eddie, sempre atencioso, entrava e saía da sala, trazendo água, ajustando os travesseiros e certificando-se de que Buck estivesse confortável. Mesmo em repouso, a presença de Buck parecia aquecer a casa de Eddie de uma forma que ele nunca tinha sentido antes.
"Você realmente não precisa cuidar de mim o tempo todo, Ed," Buck murmurou, enquanto Eddie ajeitava o cobertor sobre ele pela terceira vez. Havia uma mistura de carinho e cansaço em sua voz, mas também uma pontada de culpa. Ele ainda se sentia mal pelo que aconteceu no Texas, mesmo depois de Eddie dizer que queria seguir em frente.
"Eu sei que não, mas eu quero," Eddie respondeu suavemente, inclinando-se para beijar a testa de Buck.
O dia estava tranquilo até que a campainha tocou. O coração de Eddie apertou por um segundo. Ele sabia quem era.
"Eles chegaram," ele sussurrou, trocando um olhar rápido com Buck.
"Você está pronto pra isso?" Buck perguntou, já conhecendo o histórico complicado de Eddie com seus pais, especialmente com seu pai.
"Honestamente? Não... mas vai ficar tudo bem." Eddie tentou soar confiante, mas Buck percebeu a hesitação em seus olhos. Era a primeira vez que os pais de Eddie vinham visitar desde que Buck estava se recuperando ali.
Eddie abriu a porta e deu de cara com seus pais, ambos com sorrisos. Sua mãe, Helena, o puxou para um abraço apertado. "Mi hijo! Que saudades de você," ela exclamou com entusiasmo, enquanto o pai de Eddie, Ramón, estava um pouco mais distante, com sua expressão sempre séria.
"Oi, mãe. Pai," Eddie cumprimentou, tentando soar mais casual do que se sentia.
Quando Helena viu Buck, seu rosto se iluminou. "Oh, Evan! Como você está? Soube do acidente, me preocupei tanto! Estou tão feliz que esteja se recuperando." Ela foi até ele, apertando sua mão com sinceridade.
"Estou melhor, obrigado," Buck respondeu, tentando sorrir, embora soubesse que o ambiente ficaria tenso com Ramón ali.
Ramón, por outro lado, observava tudo de longe, sem se mover muito. Ele trocou um olhar rápido com Eddie, e Eddie soube que seu pai não estava ali para abraçar ninguém, muito menos Buck.
"Então, Buck, quanto tempo você vai ficar por aqui se recuperando?" Ramón perguntou, com um tom frio.
Eddie foi rápido em responder. "Só até ele estar bem o suficiente para voltar ao apartamento dele. Estamos cuidando de tudo."
"Hmm," foi a única resposta de Ramón.
Helena, tentando manter o clima leve, se manifestou. "Eddie, podemos ajudar com algo? Preparar o jantar, talvez?"
"Não, mãe, tá tudo bem. Já está tudo preparado," Eddie respondeu, agradecido pela tentativa de Helena de desviar a atenção.
Enquanto Helena se ocupava, Ramón se mantinha observando Buck e Eddie de maneira crítica. Eddie sentia o peso da situação. Ele queria proteger Buck dessa hostilidade, mas sabia que não podia evitar para sempre.
"Uma equipe," Ramón murmurou. "Sempre pensei que família fosse a equipe mais importante."
Helena rapidamente interveio, percebendo a tensão. "Ramón, por favor. Eddie está fazendo o que é certo, ajudando seu amigo."
Eddie apertou os lábios, tentando conter a frustração. Ele queria gritar que Buck era mais do que um amigo, mas sabia que seu pai não aceitaria isso facilmente.
Quando a noite finalmente chegou, Helena deu abraços calorosos em Eddie, Buck e Christopher que já havia chegado de escola. "Se cuidem, vocês dois," ela disse, com um sorriso carinhoso, embora sua expressão mostrasse que ela percebia a tensão no ar.
Ramón deu apenas um aceno rápido e saiu sem mais uma palavra.
Depois que eles se foram, Eddie fechou a porta com um suspiro pesado. Buck o observava do sofá, com um olhar compreensivo.
"Eu sinto muito, Ed..." Buck começou, mas Eddie balançou a cabeça.
"Não é sua culpa. Meu pai sempre foi assim," Eddie murmurou, caminhando até o sofá e sentando-se ao lado de Buck. "Mas não posso continuar vivendo assim, escondendo o que temos só porque ele não aceita."
Buck segurou a mão de Eddie, apertando-a suavemente. "Você não precisa. Não com ele, nem com ninguém."
Eddie assentiu, olhando para Buck com determinação. Ele sabia que, mais do que nunca, estava pronto para lutar pelo que tinha com Buck, sem esconder ou fingir.
"Vamos lidar com isso juntos," Eddie disse com firmeza.
Buck sorriu. "Juntos."
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Entre Chamas e Emoções (BUDDIE 9-1-1)
RomanceBuck e Eddie, dois bombeiros da Estação 118, sempre tiveram uma conexão forte, mas uma missão de resgate quase desastrosa muda a dinâmica entre eles. Em meio à rotina intensa de salvamentos, incêndios e situações de risco, eles precisam lidar com o...