Capítulo 12: O Que Está Pesando em Buck?

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Naquela noite, depois de sair apressadamente da estação, Buck dirigiu sem rumo pelas ruas de Los Angeles

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Naquela noite, depois de sair apressadamente da estação, Buck dirigiu sem rumo pelas ruas de Los Angeles. As luzes da cidade brilhavam em contraste com o turbilhão de emoções que ele estava sentindo. Ele normalmente conseguia manter as coisas sob controle, mas, recentemente, tudo parecia estar saindo dos trilhos. E isso não tinha nada a ver com Eddie. Era algo que estava crescendo dentro dele há meses, algo que ele estava evitando confrontar.

Ele parou o carro perto de uma das praias, uma das poucas que ficava mais tranquila durante a noite. Respirou fundo, o som das ondas quebrando na costa ecoando pela noite escura. Buck saiu do carro e caminhou até a areia, sentindo o ar frio bater contra sua pele. Lá, ele finalmente permitiu que seus pensamentos o alcançassem, que a verdade surgisse.

Tudo começou um ano atrás, quando ele voltou à ativa após o acidente com o raio. O incidente o marcou profundamente, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. Ele havia escapado da morte mais uma vez, mas isso não o fazia sentir-se invencível. Na verdade, o fazia sentir-se mais vulnerável do que nunca. Desde então, uma pergunta vinha martelando na cabeça de Buck: Até quando? Até quando ele continuaria desafiando a morte? Até quando teria sorte?

Embora sempre tenha sido alguém que enfrentava o perigo de frente, depois de ser atingido por um raio, ele começou a se questionar. E não só sobre o trabalho, mas sobre sua vida inteira. Ele pensava em sua família, em seus amigos, e principalmente em Eddie e Christopher. Ele começou a perceber que, apesar de toda a sua bravata, ele tinha muito medo de perder as coisas que mais amava. E com isso, vinha o peso de sempre querer ser forte para os outros.

Eddie, especialmente, era uma das pessoas que mais o preocupava. Desde que se aproximaram, desde que seus sentimentos cresceram além da amizade, Buck sentia que precisava ser o pilar de estabilidade para Eddie. Ele sabia o quanto Eddie tinha passado com Shannon e como ele lutava para equilibrar o papel de pai solteiro com a profissão. Buck queria ser alguém em quem Eddie pudesse confiar completamente, alguém forte, alguém que não desmoronaria.

Mas, com o tempo, Buck começou a perceber que ele também estava carregando uma carga emocional muito pesada, e não sabia como compartilhá-la. Cada vez que olhava para Eddie e via a tranquilidade nos olhos dele, sentia-se incapaz de falar sobre suas próprias inseguranças, sobre como o acidente o mudou, sobre como ele estava se sentindo exausto por dentro. Eddie tinha passado por tanta coisa — como ele poderia despejar seus medos em cima dele?

E havia outro medo latente crescendo. Desde que começaram a ficar juntos, o relacionamento se tornou a coisa mais importante na vida de Buck. E isso era aterrorizante. O medo de que algo desse errado, de que ele não fosse o suficiente, ou de que, de alguma forma, acabasse afastando Eddie, era quase insuportável. Ele não queria arriscar perder o que tinham, mas, ao mesmo tempo, não sabia como manter a fachada de que estava sempre bem.

A noite estava escura ao redor dele, e Buck sentiu seus olhos começarem a arder. Ele odiava isso. Odiava sentir que estava perdendo o controle de si mesmo. Mas ali, sozinho, ele permitiu que as lágrimas caíssem. Lágrimas que ele segurou por tanto tempo. Lágrimas de medo, de frustração, de cansaço. Ele estava cansado de ser o cara que sempre se colocava em risco, o cara que todos viam como o herói invencível.

Enquanto olhava para o horizonte, sua mente voltou ao momento no telhado, quando ele quase caiu para a morte. Ele lembrou do pânico nos olhos de Eddie ao vê-lo desaparecer nas chamas, de como Eddie correu atrás dele sem hesitar. Aquilo deveria ter sido um momento de clareza, um momento em que Buck percebesse que ele não estava sozinho, que Eddie estaria lá para ele. Mas, ao invés disso, o medo de perder tudo tomou conta.

O telefone de Buck vibrou no bolso, tirando-o de seus pensamentos. Era uma mensagem de Eddie: "Buck, onde você está? Vamos conversar. Me fala onde você está, por favor." Buck olhou para a tela, hesitando. Parte dele queria apenas continuar sozinho naquela praia, afundado em seus pensamentos. Mas outra parte, a que sabia que Eddie o amava e o entendia como ninguém, o fez respirar fundo e responder.

"Na praia perto da Avenida 6."

Poucos minutos depois, ele viu o carro de Eddie chegando. Mesmo de longe, Buck podia ver a preocupação no rosto dele. Eddie saiu do carro e caminhou em direção a Buck, sem pressa, sem pressão. Ele parou ao lado dele, ficando em silêncio por alguns momentos, apenas olhando o oceano junto de Buck.

Depois de um tempo, Eddie falou, sua voz baixa e calma. "Você não precisa passar por isso sozinho, Buck."

Buck fechou os olhos, o peso das palavras de Eddie afundando nele. "Eu não sei o que fazer, Eddie. Desde o acidente... eu só... eu só sinto que estou desmoronando por dentro."

Eddie virou-se para ele, sua expressão suave, mas séria. "Você quase morreu, Buck. É normal se sentir assim. Mas isso não significa que você tem que carregar tudo sozinho. Você tem a mim. Você sempre terá a mim."

Buck mordeu o lábio, lutando contra a maré de emoções que subia novamente. "E se eu não for o suficiente? E se eu estragar tudo? Eu não quero te perder, Eddie."

Eddie deu um passo à frente, aproximando-se de Buck, e colocou a mão no ombro dele. "Você nunca vai me perder. Não importa o que aconteça. Nós estamos nisso juntos."

Buck finalmente deixou que as palavras de Eddie o acalmassem. Ele não precisava ser o pilar de força o tempo todo. Eddie estava ali. Ele sempre esteve ali. E talvez fosse hora de Buck parar de lutar contra seus próprios medos e confiar que eles poderiam enfrentar tudo juntos.

Mas, apesar do conforto que Eddie lhe trouxe naquele momento, Buck sabia que eles ainda tinham muito a trabalhar. As feridas que o acidente deixou não iriam desaparecer tão facilmente. E enquanto caminhavam de volta para o carro, a tensão não havia se dissipado completamente. Estava lá, latente, esperando o momento certo para ser resolvida.

Entre Chamas e Emoções (BUDDIE 9-1-1)Onde histórias criam vida. Descubra agora