Capítulo 14: O Peso do Arrependimento

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Buck estava sentado no quarto de hotel em Austin, o som distante do tráfego da cidade abafado pelas cortinas pesadas

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Buck estava sentado no quarto de hotel em Austin, o som distante do tráfego da cidade abafado pelas cortinas pesadas. Seu olhar estava fixo no teto, perdido em seus próprios pensamentos. A culpa era um peso em seu peito, sufocante. Ele não conseguia parar de pensar em Eddie, no que eles tinham construído, e como ele havia permitido que as coisas saíssem de controle.

O beijo com TK tinha sido um erro. Buck sabia disso. Ele tinha cruzado uma linha que jamais deveria ter sido cruzada. Naquele momento de fraqueza, ele havia deixado suas frustrações, inseguranças e o estresse da missão o dominarem. TK havia sido um conforto, mas, agora, ele só representava uma lembrança do erro.

Buck se levantou, começando a andar pelo quarto. Seus pensamentos voltavam para Eddie — o olhar calmo e compreensivo, o jeito como ele sempre estava ao seu lado, mesmo quando tudo parecia desmoronar. Eddie confiava nele, e Buck sabia que, ao voltar para Los Angeles, ele teria que enfrentar essa verdade. Contar ou não contar? A dúvida corroía seus pensamentos.

Seu celular vibrou na cama, e ele viu que era uma mensagem de TK.

TK: "Ei, tá livre hoje à noite? Última noite no Texas, você deveria aproveitar..."

Buck fechou os olhos, sentindo o peso do convite. Ele sabia o que aquilo significava, e parte de si queria recusar, se afastar, fazer a coisa certa. Mas outra parte, uma parte que ele detestava admitir, estava tentada. O Texas havia se tornado uma espécie de zona de fuga, um lugar onde ele podia esquecer, ainda que por um momento, as complicações de sua vida em Los Angeles.

Ele hesitou por um momento, antes de responder com uma mensagem curta.

Buck: "Estou livre."

Mais tarde naquela noite, Buck encontrou TK em um bar no centro da cidade. O ambiente era barulhento, as luzes baixas e a música alta. TK estava sentado no balcão, sorrindo como se nada tivesse acontecido. Para TK, aquilo parecia apenas diversão — uma distração temporária. Para Buck, era mais complicado.

"Ei," TK disse com um sorriso quando Buck se aproximou. "Achei que você não ia aparecer."

Buck se sentou ao lado dele, sentindo o peso da noite anterior em cada movimento. "É... eu pensei que talvez fosse melhor a gente conversar."

TK arqueou uma sobrancelha, tomando um gole de sua cerveja. "Conversar?" Ele repetiu, um tom de brincadeira em sua voz. "Você está aqui para conversar ou para esquecer um pouco dos problemas?"

Buck suspirou. TK sabia exatamente o que dizer para desarmá-lo. O paramédico tinha esse jeito cativante, essa capacidade de fazer com que tudo parecesse simples, leve. E, naquele momento, Buck queria que as coisas fossem simples novamente.

"Eu não sei, TK. Não sei o que estou fazendo aqui," Buck admitiu, com a voz carregada de arrependimento.

TK se virou para ele, colocando uma mão no ombro de Buck, seu olhar agora mais sério. "Você está aqui porque precisa de uma pausa. E está tudo bem. Eu entendo o que você está passando. Não precisa ser complicado."

As palavras de TK ressoaram em Buck. Talvez TK estivesse certo. Talvez ele estivesse apenas se complicando demais. Ele sabia que seus sentimentos por Eddie eram profundos, mas também sabia que, naquele momento, ele estava emocionalmente exausto. E o Texas, com TK sempre por perto, tinha se tornado uma forma de fugir dessa exaustão.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, ambos tomando goles de suas bebidas. Buck sentiu o ambiente do bar começar a parecer mais confortável, como se as paredes ao seu redor estivessem se fechando, criando uma bolha onde nada do mundo exterior importava.

Eventualmente, TK quebrou o silêncio. "Vamos dar uma volta?"

Buck hesitou, mas acabou assentindo. Eles saíram do bar, caminhando pelas ruas quentes do Texas, a noite clara acima deles. Não havia muitas palavras entre eles, mas a tensão estava lá, presente, pulsando entre cada passo.

Eles chegaram a um parque tranquilo, longe da agitação da cidade. TK, mais uma vez, se aproximou, dessa vez colocando uma mão firme nas costas de Buck, puxando-o suavemente para mais perto. Buck sentiu seu coração bater mais rápido. Ele sabia que estava à beira de cometer o mesmo erro novamente.

"TK... eu não sei se isso é uma boa ideia," Buck disse, sua voz falhando.

"Eu também não sei," TK respondeu, quase num sussurro, "mas às vezes a gente só precisa seguir o que está sentindo."

Antes que Buck pudesse processar, TK o beijou novamente. Era um beijo suave no início, mas logo ganhou intensidade, como se toda a frustração e confusão que Buck vinha reprimindo explodisse naquele momento. TK o segurava com firmeza, e Buck, contra seu melhor julgamento, cedeu.

Eles ficaram ali, no parque, por um tempo que pareceu uma eternidade. Quando finalmente se separaram, Buck sentiu o arrependimento voltar com força total. Ele olhou para TK, que sorria de maneira compreensiva, como se soubesse que aquilo, para Buck, era mais do que apenas uma distração.

"Você não vai me dizer que isso não deveria ter acontecido de novo, né?" TK perguntou, ainda com aquele sorriso charmoso.

Buck passou a mão pelo rosto, suspirando profundamente. "Eu não sei o que estou fazendo, TK. Eu... eu gosto de você, mas... tem alguém em Los Angeles que significa muito para mim. Isso aqui... isso não vai acabar bem."

TK assentiu, mais sério agora. "Eu sei. Eu também tenho coisas complicadas acontecendo com o Carlos. Mas, às vezes, a gente só precisa de um escape, sabe?"

Buck sabia que TK estava certo em algum nível, mas também sabia que aquilo não o fazia se sentir melhor. Ele havia traído Eddie, não apenas uma, mas duas vezes. E agora, ele teria que voltar para Los Angeles e encarar as consequências de seus atos.

Quando Buck voltou para o hotel, já tarde da noite, ele se jogou na cama, o peso da culpa ainda mais forte do que antes. O que ele tinha feito? Como ele poderia voltar para Eddie depois disso? A missão no Texas estava terminando, e logo ele teria que voltar para casa, mas agora tudo parecia infinitamente mais complicado.

E enquanto ele olhava para o teto escuro do quarto, uma única pergunta permanecia em sua mente: como ele iria consertar isso?

Entre Chamas e Emoções (BUDDIE 9-1-1)Onde histórias criam vida. Descubra agora