Buck e Eddie, dois bombeiros da Estação 118, sempre tiveram uma conexão forte, mas uma missão de resgate quase desastrosa muda a dinâmica entre eles. Em meio à rotina intensa de salvamentos, incêndios e situações de risco, eles precisam lidar com o...
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A manhã na estação 118 começou com uma energia diferente. O cheiro de café forte preenchia o ambiente enquanto os membros da equipe 118 se preparavam para mais um dia de trabalho. Porém, desta vez, havia uma tensão extra no ar. TK Strand e a equipe da 126 ainda estavam na estação, preparando-se para a missão conjunta do dia, e Buck sabia que aquele dia não seria fácil.
Desde que TK havia chegado, os olhares trocados entre eles eram constantes, mas silenciosos. TK tinha essa maneira casual de agir, mas Buck sentia o peso de cada provocação sutil. A noite anterior, cheia de dúvidas e sentimentos conflitantes, deixara Buck inquieto. Ele sabia que precisava resolver as coisas de uma vez por todas, mas também sabia que Eddie estava sempre por perto, e a última coisa que queria era magoá-lo.
Enquanto Buck ajustava seu equipamento, TK se aproximou, com o mesmo sorriso provocador que vinha demonstrando desde o primeiro momento em que pisou na 118. "Ei, Buck," ele começou, a voz suave demais para a situação. "Pronto para mais um dia intenso?"
Buck olhou de relance para TK e tentou não dar muita atenção. "Sim, pronto," respondeu de maneira seca, focado em apertar as fivelas de sua roupa.
Mas TK não era de desistir tão fácil. Ele se inclinou um pouco mais perto, falando baixo, mas o suficiente para que apenas Buck pudesse ouvir. "Você parece tenso... precisa relaxar. Eu posso ajudar com isso, você sabe."
Buck sentiu o arrepio percorrer sua espinha. A provocação era clara, e ele lutava para manter a compostura. "Estou bem, TK," respondeu, tentando manter o tom firme e afastado.
Do outro lado da sala, Eddie conversava com Bobby, aparentemente alheio ao que acontecia. Buck, no entanto, sabia que não podia se deixar abalar por mais uma dessas investidas. Eddie era importante demais para ele, e o arrependimento pelo que já havia acontecido com TK pesava em sua mente. Ele não deixaria isso se repetir.
Ao longo da manhã, TK continuou a provocar de maneiras mais sutis. Durante a missão, ele se aproximava de Buck sempre que podia, jogando comentários sugestivos no meio de conversas rotineiras.
"Cuidado, Buck, você não quer se machucar... a menos que goste de um pouco de dor," TK sussurrou, quando os dois subiam uma estrutura em uma das operações de resgate.
Buck respirou fundo, lutando contra a vontade de responder no mesmo tom. Mas a presença de Eddie, sempre por perto, o lembrava do que estava em jogo. A cada investida de TK, Buck reafirmava para si mesmo que não cederia. Ele havia cometido um erro, sim, mas não o cometeria novamente.
Durante uma pausa, Eddie se aproximou de Buck, parecendo um pouco preocupado. "Está tudo bem? Você parece distraído," ele disse, olhando diretamente nos olhos de Buck.
Buck forçou um sorriso. "Está tudo bem, só um pouco cansado da viagem e das últimas missões," mentiu. Ele odiava ter que esconder o que estava acontecendo, mas sabia que, primeiro, precisava lidar com TK antes de falar com Eddie.
E então veio o golpe final. Perto do fim da missão, enquanto a equipe se organizava para voltar à estação, TK deu o último empurrão. Eles estavam sozinhos por um breve momento, e TK, com seu típico sorriso confiante, se aproximou ainda mais de Buck, quase tocando seu braço.
"Eu sei que você sente algo," TK provocou, sua voz baixa, mas cheia de intenção. "Não tente negar. Não foi só uma vez, Buck. E isso... pode ser mais, se você quiser."
Buck sentiu o coração acelerar, mas dessa vez, não era pela tentação. Era pela raiva. Raiva de si mesmo por ter cedido antes, raiva de TK por continuar forçando a situação, e principalmente, raiva pela ideia de machucar Eddie.
Respirando fundo, ele deu um passo para trás, criando a distância necessária entre ele e TK. "TK, chega," disse Buck, a voz firme e resoluta. "Eu cometi um erro, mas isso foi no passado. Não vai acontecer de novo. E você precisa respeitar isso."
TK ficou surpreso pela reação de Buck, mas manteve seu sorriso. "Sério? Você tem certeza disso?"
Buck assentiu, sem hesitar desta vez. "Sim. Eu amo o Eddie. Não vou arriscar o que tenho com ele por algo que não significa nada. Isso precisa acabar aqui, agora."
TK deu de ombros, parecendo mais resignado do que realmente afetado. "Tudo bem, Buck. Se é isso que você quer."
"É isso que eu quero," Buck afirmou, com firmeza. "E, por favor, respeite isso."
Sem mais palavras, Buck se afastou, caminhando em direção à equipe que já se preparava para voltar à estação. Ele sentia um peso sair de seus ombros, como se finalmente tivesse se libertado da culpa e das tentativas incessantes de TK.
Quando chegou até Eddie, que já estava arrumando os equipamentos, Buck o observou por um momento, a culpa ainda roendo por dentro, mas a determinação de fazer tudo certo era mais forte. Ele sabia que ainda precisava contar a verdade a Eddie, precisava resolver isso de uma vez por todas. Mas naquele momento, ele estava feliz por ter resistido.
E, pela primeira vez em dias, Buck sentiu que estava no caminho certo.
