Capitulo 11

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Isabella.

Minhas células pareciam estar em contorção dentro de mim, impacientes enquanto revoltavam-se umas contras as outras. Razão e emoção se encontravam, colidindo em choques profundos, deixando-me à beira de um colapso. Minha mente estava repleta de pensamentos frios que arquitetavam uma vingança sórdida, eu sabia muito bem o que deveria fazer, mas meu corpo parecia estar pegando fogo.

A forma como Benjamin agarrou os meus cabelos e me beijou como se me venerasse com a língua foi devastadora, me levou até o meu limite e eu quase esqueci toda a raiva que tinha passado por sua causa durante a semana. Por um instante, nada importava. Eu queria mais, queria tudo, e não estava bêbada o suficiente para não ter consciência das minhas próprias escolhas, mas aquilo seria fácil demais para ele, depois de ter me irritado por tanto tempo, ele merecia suar um pouco, da forma menos agradável possível.

Afastei-me o máximo possível dele, mas seus dedos não soltaram minha mão nem por um minuto, como se estivesse com medo que eu fosse fugir. Benjamin estava com o cabelo todo bagunçado, e eu me impressionei pela forma como havia ficado ainda mais bonito daquele jeito. Ben estava gostoso demais com os primeiros botões da camisa abertos, os lábios separados e os olhos fixos indiscretamente em minha boca. A ideia de atormentá-lo era cruel e muito atrativa.

Deslizei as mãos pelo tecido de camisa social azul escura, sentindo os músculos do seu abdômen rígidos sob a peça. Quando meus dedos alcançaram a região próxima ao seu cinto novamente, ele se empertigou, ajeitando a postura, puxando minha mão para cima novamente. Benjamin tinha dito que me impediria de fazer outra gracinha, mas seu domínio sobre mim atuava contra as vontades que saíam de sua boca. O resultado era o mesmo, ele continuava tentando me puxar para conseguir me beijar outra vez.

Seu corpo reagia aos meus toques, afinal, é impossível conter uma chama, ela se alastra até consumir absolutamente tudo. Observei sua expressão, e a forma como seu tórax se moviam em respirações profundas e como sua ereção marcava a calça. Também notei como meus dedos estavam perigosamente perto e acabei sorrindo, percebendo que ele havia soltado minha mão, que havia desistido de me impedir e estava se entregando ao desejo. Acabei rindo.

Afastei-me completamente dele, abrindo um espaço entre nós muito seguro e dolorido, eu o queria mais perto, mas não era o que eu queria para ele, queria vê-lo sofrer e enlouquecer tanto quanto eu estava.

— Onde você vai? — perguntou, deslizando os dedos furtivamente sobre minha pele no momento em que me agarrou pelo braço, sem saber se deveria recuar ou não.

Ele parecia não querer.

Dei de ombros, aproveitando sua distração para puxar meu braço.

— Eu só queria beijar você de novo — falei, sorrindo para ele como se tivesse acabado de dizer que eu tinha lhe dado um presente. O que não ficava muito longe da verdade. — Inclusive, espero que tenha aproveitado porque foi a última vez — acrescentei, vendo-o arregalar os olhos de um modo que eu nem imaginava ser possível. — Agora, eu vou voltar para a festa, e é melhor você não vir atrás de mim porque eu não te desculpei.

Falei aquilo, obviamente, apenas para o puro pânico de Benjamim, porque eu o queria outra vez, compartilhava do mesmo desejo ardente que emanava em sua pele, mas era engraçado ver a reação dele. A expressão totalmente surpresa e desacreditada, quase dolorosa, com que ele me encarou foi muito satisfatória.

— Bella, por favor. Eu não imaginei que isso te magoaria tanto — ele soltou como um sopro de ar — Essa era a última coisa que eu queria — completou, a voz estava tão cheia de remorso que foi muito difícil impedir que alguma coisa transparecesse em meu rosto.

Eu ainda queimo por você Onde histórias criam vida. Descubra agora