Me encontro em uma dança da qual não consigo parar, é como se meu corpo e pés se movimentassem sozinhos, e essa não é uma dança da qual eu queira participar.Ela é uma prisão entre a satisfação momentânea e a dor inevitável que a segue ao ser feita. É algo que mesmo sabendo que não me agradara, no final eu continuo fazendo.
Prometo a mim mesmo que me desprenderia desse apego que não me traz nada além de um prazer temporário, quase nulo. E não consigo parar. Porque por mas que as correntes estejam no chão e as algemas estejam abertas eu não consigo sair do lugar.
Por que não consigo parar? O que me prende a isso?
É como se sempre tivesse algo que me tentasse sussurrando seduções com promessas vazias em meu ouvido. E eu tolo, acredito nelas.
E depois que a música termina sinalizando um intervalo para que eu logo volte a dançar sinto uma onda de raiva e nojo junto a um eco de minhas próprias promessas sendo quebradas.
Eu me pergunto o porque de eu me deixar levar por isso de novo e de novo? O que há de tão atraente nessa dor sôfrega disfarçada de prazer?
Não consigo entender por que me prendo a isso. É como se uma parte minha quisesse essa dependência no sofrer por algo passageiro que irá silenciar por alguns poucos minutos minha mente.
Continuo a me questionar se sou fraco por não conseguir romper o ciclo dessa dança.
Me questiono quem eu seria se parasse de dançar.
Porque essa dança parou de parecer uma prisão e agora parece um labirinto que a cada passo dado eu me vejo perdido entre a tentação do sôfrego prazer e o questionamento de como fazer com que a música pare para sempre me fazendo parar de dançar.
23/08/2024
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PoetryLivro voltado a textos e histórias de minha autoria. Alguns poemas, poesias, sejá lá como você queira chamar. Não tenho data de lançamento de capítulos pois os textos surgem em momentos aleatórios na minha cabeça, então pode ser que em um dia tenha...