Capitulo 11: Em paz

46 6 10
                                    

Na manhã seguinte, Jay olhou para o lado, para Erin que havia adormecido 15 minutos após o documentário começar. Ele achou fofo que ela pelo menos tivesse feito um esforço. Jay não conseguiu voltar a dormir, mas estava acostumado com isso.

Durante a madrugada, Erin, que estava encostada no sofá, se aconchegou no peito dele. Jay sabia que isso ia contra todas as regras que ela havia imposto, mas sentia que a conexão entre os dois ia além dessas limitações. Ele se acomodou, permitindo que ela ficasse o mais confortável possível. Pensou em acordá-la e sugerir que se deitasse em sua cama, mas gostou da sensação de tê-la ali, perto dele. Mesmo com as costas doloridas pela posição e um braço dormente, ele não se arrependia nem um pouco.

Erin se mexeu um pouco durante a noite, mas nunca saiu dos braços de Jay. Ele até sorriu com os suaves roncos que escapavam dela. Agora, ela se mexia mais uma vez, a cabeça quase na direção dele, a boca levemente aberta, enquanto seus roncos eram suaves e baixos. Jay a observou, encantado. Ela era linda. Seu rosto tinha uma suavidade única, com traços perfeitamente desenhados e lábios irresistíveis.

O toque do celular interrompeu sua observação. Ele tentou se mover suavemente para não acordá-la, mas o som insistente a incomodou. Erin se mexeu, percebendo que estava nos braços de Jay, mas não fez muito para se afastar enquanto ele se movia para pegar o celular.

— Desliga isso... — ela gemeu, achando que era o despertador, e seu corpo deixava claro que ela não havia descansado o suficiente.

— É o seu pai... — Jay respondeu, vendo o nome do sargento na tela. Erin abriu os olhos, desta vez se apoiando no peito de Jay para se afastar um pouco.

— Meu pai? O que ele quer? — Erin perguntou, enquanto Jay a pedia para fazer silêncio enquanto atendia à chamada. Era cedo, e ele não precisava que Hank o questionasse do porque a voz da filha estava ecoando ao fundo.

Erin se afastou de Jay. Agora que estava completamente acordada, sentiu-se um pouco envergonhada por ter dormido em seus braços. Ela se questionava constantemente sobre o que estava acontecendo com ela. Nunca foi de ser grudenta, mas com Jay, começou a perceber que estava tendo momentos muito íntimos que iam além do sexo — algo que raramente acontecia com outros caras com quem se relacionava.

Seus pensamentos foram interrompidos por Jay desligando a chamada e falando com ela.

— Ele quer que eu vá para o distrito agora mesmo — ele avisa, e Erin assente. Depois da noite anterior, ela esperava essa resposta de seu pai. — Você acha que ele vai me demitir? — Jay pergunta enquanto calça os sapatos.

— Não, ele vai te ajudar com o caso...

— O que você fez? — ele se vira para ela.

— Nada. Só que somos uma equipe.

— Ele não pensava assim ontem — Jay a lembra.

— Dormir fez bem para a cabeça dele — ela diz, se levantando e espreguiçando-se. — Vou me trocar e vamos...

— Eu posso pedir um Uber — ele diz.

— Não, eu te fiz vir ontem; eu te levo — ela responde, sumindo em seu quarto.

...

Erin deixou Jay no cemitério para que ele pegasse o carro e foi para o distrito. Hank a viu entrando, mas não conversou com ela, sabia que Jay provavelmente a avisou sobre a conversa deles, já que aparentemente os dois estavam se envolvendo.

Quanto à teimosia de Erin no dia anterior, se fosse sincero, ele nem poderia ficar com raiva dela. Ela era exatamente como ele e como Olívia: determinada! Ela lutaria pelo que acreditava, independentemente de qualquer coisa.

Linstead - Um novo começoOnde histórias criam vida. Descubra agora