Os dias que se seguiram ao beijo intenso marcaram o início de um novo capítulo na vida de Snape e S/N. A tensão entre eles se transformou em algo palpável e eletrizante, como se o próprio ar ao redor estivesse carregado de uma nova energia. Eles se encontravam sempre que podiam, explorando os limites de sua nova relação, mas também lidando com os desafios que surgiam a cada esquina.Snape, em particular, lutava contra seus próprios demônios. As inseguranças e o medo de se abrir completamente a S/N o seguiam como sombras. Ele não estava acostumado a permitir que alguém se aproximasse tanto, e cada momento com ela era ao mesmo tempo um prazer e uma tortura. Mas, ao olhar para ela, um sorriso brincando em seus lábios, ele sentia que poderia enfrentar qualquer coisa.
No entanto, o mundo exterior ainda era cruel. O eco da batalha em Hogwarts ressoava em suas memórias, e a presença dos Comensais da Morte ainda era uma ameaça constante. Snape estava determinado a proteger S/N a todo custo, mas a dúvida sempre pairava em sua mente. E essa incerteza estava prestes a ser testada de maneiras que ele nunca imaginara.
Certa noite, enquanto se encontravam no lago negro, o clima estava pesado. As estrelas refletiam na superfície da água, mas uma tempestade parecia se formar no coração de Snape. Ele olhou para S/N, que estava sentada à beira do lago, os cabelos balançando suavemente com a brisa.
— S/N, temos que falar sobre isso — ele disse, sua voz tensa.
Ela virou-se para ele, a expressão de preocupação estampada em seu rosto.
— Sobre o quê?
— Sobre nós... e o que isso significa para o nosso futuro. — Snape hesitou, procurando as palavras certas. — Não sei se estou pronto para te colocar em perigo.
S/N franziu a testa, seu olhar desafiador.
— Eu não sou uma criança, Snape. Você não pode simplesmente me afastar porque tem medo de me perder. Isso só mostra que você não confia em mim.
Ele balançou a cabeça, tentando encontrar uma maneira de expressar seus medos sem feri-la.
— Não é que eu não confie em você. É que você é importante demais para mim. Eu já perdi tantas pessoas... Não quero que você seja mais uma.
Ela se levantou, aproximando-se dele, e colocou uma mão em seu peito, sentindo o coração dele bater rápido.
— Você me salvou. Você me deu uma razão para lutar. E eu não vou desistir de nós só porque você tem medo. — S/N olhou nos olhos dele, uma determinação ardente em seu olhar. — Nós enfrentaremos isso juntos.
Ele respirou fundo, a determinação dela aquecendo seu coração, mas o peso da realidade ainda o oprimia. No fundo, ele sabia que ela tinha razão, mas o que eles estavam prestes a enfrentar era uma nova forma de luta — uma que colocaria suas vidas em risco.
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A uma semana do confronto, Snape começou a perceber que algo estava se aproximando. Os rumores sobre um ataque iminente dos Comensais da Morte eram constantes, e ele temia que seu novo relacionamento com S/N fosse um alvo. As noites tornaram-se longas e inquietantes, e ele passou horas planejando estratégias para protegê-la.
Em uma dessas noites, enquanto estudava em seu escritório, a porta se abriu e S/N entrou, seu rosto pálido, mas determinado.
— Snape, precisamos conversar. — Sua voz estava firme, mas havia um tremor que ele não conseguiu ignorar.
Ele se virou para ela, o coração disparando.
— O que aconteceu?
— Eu ouvi rumores de que eles estão planejando atacar novamente, e eu... eu não posso ficar aqui sem fazer nada. Preciso ajudar.
Snape sentiu um frio na barriga.
— Você não pode se envolver, S/N. É perigoso demais.
— Eu não vou ficar aqui escondida enquanto você enfrenta isso sozinho. Eu quero lutar ao seu lado.
Ele a encarou, a batalha de emoções em seu interior quase o sufocando. O desejo de protegê-la lutava contra a necessidade dela de ser parte do que estava por vir.
— Isso não é um jogo, S/N. Se você se colocar na linha de fogo, eu não posso garantir que você vai voltar.
— E se você se colocar em perigo? Você está disposto a sacrificar sua vida, mas não a minha?
A verdade das palavras dela o atingiu como um golpe.
— Isso não é justo! — Snape respondeu, sua voz se elevando. — Eu não posso suportar a ideia de te perder.
S/N se aproximou dele, a bravura em seus olhos sendo substituída pela vulnerabilidade.
— Eu não sou uma fraca, Snape. E você não pode continuar me tratando como tal. A luta é nossa.
A tensão entre eles cresceu, uma tempestade prestes a eclodir. Snape olhou para ela, a determinação refletida em seu olhar, e sentiu a pressão crescendo em seu peito.
— Então, se você estiver determinada a ir, nós faremos isso juntos. Mas saiba que eu não posso perder você.
Ela assentiu, e a determinação que emanava dela o fez sentir uma centelha de esperança.
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A noite do ataque chegou, e a atmosfera estava carregada de eletricidade e tensão. Snape e S/N se encontraram na Floresta Proibida, onde o grupo de resistência estava se reunindo. As sombras dançavam ao redor deles, mas a presença um do outro era um farol de força em meio à escuridão.
Os minutos pareciam horas enquanto aguardavam o avanço dos Comensais da Morte. Snape manteve S/N perto dele, a mão dela entrelaçada à sua, enquanto ambos se preparavam para o que estava por vir.
— Estamos juntos, não importa o que aconteça — ele disse, olhando em seus olhos.
Ela sorriu, mas havia uma ansiedade em seu olhar.
— Juntos.
Mas o que se seguiu foi um caos absoluto. Os gritos ecoaram, feitiços cruzaram o céu noturno e o barulho das batalhas ecoou em seus ouvidos. Snape lutou ferozmente, protegendo S/N a cada passo. Ele estava ciente de cada movimento dela, cada feitiço que ela lançava, e a urgência de manter ela a salvo o fazia lutar com mais determinação do que nunca.
Então, em meio ao tumulto, um feitiço inesperado disparou em sua direção. Snape viu o raio de luz se aproximar e, em um impulso, se jogou na frente de S/N, absorvendo o impacto da magia negra.
Ela gritou, o som se perdendo na confusão, enquanto Snape sentia a dor consumi-lo. O mundo girou, e ele caiu ao chão, a visão se tornando embaçada.
— Snape! — O desespero na voz de S/N cortou seu coração, e ele a viu correr em sua direção, os olhos arregalados de medo.
— S/N... — ele sussurrou, a dor misturada ao horror em seu olhar. — Fique... fique longe...
Mas ela não o ouviu. Com uma determinação feroz, ela se jogou ao seu lado, tomando sua mão entre as suas.
— Você vai ficar bem, eu prometo! — Ela chorou, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Snape sentiu sua visão se escurecer e, por um momento, o mundo ao seu redor se transformou em um borrão. Ele queria dizer algo, queria reassurá-la, mas a dor era intensa e estava perdendo a consciência.
— Não, não, não! — S/N implorou, a voz tremendo. — Você não pode me deixar!
E naquele momento, ele percebeu que havia algo mais importante do que tudo o que ele havia temido. Os sentimentos que compartilhavam, a conexão que haviam construído, não poderiam ser desfeitos tão facilmente.
— S/N... eu... — ele começou, mas as palavras falharam.
Ela apertou sua mão com força, a magia em seu coração pulsando.
— Eu não vou deixar você ir.
Naquele instante, Snape sentiu um brilho quente atravessar seu corpo, e a consciência se afastou, mas não sem que ele tivesse certeza de que não estava sozinho. A luta deles estava longe de acabar, e, mesmo que estivesse à beira da morte, ele sabia que o amor que compartilhavam poderia superá-la.
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Signum Fortitudinis
FanfictionContexto da História: "A Marca da Coragem" Em uma noite fatídica durante a Batalha de Hogwarts, a bravura e a vulnerabilidade se entrelaçam de maneira inesperada. Quando o caos toma conta do castelo e seus defensores lutam por suas vidas, uma aluna...