Entre Sombras e Luz

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A tensão entre S/N e Snape era palpável, como um feitiço mágico que os unia e ao mesmo tempo os separava. As palavras que não foram ditas pairavam no ar, e o momento estava repleto de promessas e incertezas. O professor olhava para ela com uma mistura de incredulidade e esperança, e o coração de S/N batia com força, esperando que ele estivesse disposto a se abrir.

— Eu não sei o que o futuro reserva, mas... — começou Snape, sua voz hesitante, enquanto os olhos escuros permaneciam fixos nos dela. — Há tanto que eu não posso oferecer. E o que você poderia ver em mim? Sou um homem que carrega muitos fardos.

S/N deu um passo à frente, determinada. — Não me importo com o seu passado, Snape. Todos nós temos nossas sombras. Mas o que importa é quem somos agora e o que podemos construir juntos.

Ele parecia hesitar, e S/N podia sentir a luta interna dele. Aquela luta a atraía e a aterrorizava ao mesmo tempo. Snape era um homem que sempre usou a máscara da dureza para se proteger, mas ela sabia que havia algo mais por trás daquela fachada — fragilidade, desejo, e uma necessidade de conexão.

— Você não compreende. — ele respondeu, a voz agora mais firme. — A sua presença em minha vida pode trazer complicações que você não pode imaginar. Eu não sou digno de... de um relacionamento.

— Você não sabe disso. — Ela respondeu, sua determinação crescendo. — Eu não sou uma aluna, e você não é apenas um professor. Há algo real entre nós, e não podemos simplesmente ignorar isso.

Os olhos de Snape brilharam com uma emoção que ele não podia esconder, mas logo se cobriu com uma expressão de raiva e autodepreciação. — Você deveria se afastar. Não é seguro estar comigo.

— O que não é seguro é viver com medo e negação! — exclamou S/N, sentindo a frustração tomar conta dela. — Você está me dizendo para desistir de algo que pode ser maravilhoso só porque tem medo do que pode acontecer? Isso é injusto!

Snape baixou a cabeça, como se as palavras dela tivessem atingido um ponto sensível. Era evidente que ele estava lutando contra suas emoções e, por um momento, parecia que estava prestes a se abrir. Mas a máscara voltou rapidamente, e o olhar sombrio retornou.

— A vida não é um conto de fadas, S/N. Ela está repleta de escolhas e consequências. Você não entende as profundezas do que está propondo. O caminho que estamos considerando pode não apenas arrastar você para a minha escuridão, mas também pode custar muito mais do que você está disposta a pagar.

S/N percebeu que, por trás de sua dureza, havia uma vulnerabilidade que o deixava exposto. Ela se aproximou ainda mais, determinada a quebrar a barreira que ele erguia. — Se você me deixar entrar, talvez possamos iluminar essa escuridão juntos. Eu quero isso, Snape. Eu quero você.

O professor a observou, e por um momento, a máscara começou a rachar. Os olhos dele eram como poços profundos, e S/N sentia que, ali, no silêncio carregado de emoção, algo estava prestes a se revelar. Mas a dúvida se instalou novamente em seu olhar, e a hesitação voltou a dominá-lo.

— O que você está fazendo com isso? — ele questionou, a voz quase um sussurro. A tensão entre eles era intensa, e S/N pôde sentir a conexão vibrante que pulsava como um feitiço.

Ela não sabia mais como convencê-lo, então decidiu agir. Sem pensar, inclinou-se em sua direção, seus lábios tocando os dele novamente, mas desta vez com mais urgência, um beijo que falava de todas as emoções que eles estavam reprimindo.

Snape hesitou por um breve momento, mas logo cedeu. As mãos dele se fecharam ao redor dela, puxando-a mais perto, enquanto seus lábios se moviam em harmonia. Era um beijo de descoberta, uma entrega ao que ambos sentiam, e o mundo ao redor deles desapareceu novamente, deixando apenas a conexão intensa e o calor entre os dois.

Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, a realidade voltando como uma onda. Snape se afastou levemente, a expressão misturando confusão e uma nova intensidade.

— O que isso significa? — ele perguntou, a voz tremendo.

S/N sentiu seu coração acelerar novamente. — Significa que estamos prontos para enfrentar nossos medos juntos. Significa que não precisamos nos esconder mais.

Mas, ao olhar nos olhos dele, ela viu a luta ainda presente. Snape estava ali, mas havia uma batalha em seu interior que ainda não estava pronta para ser vencida. Ele parecia se desvanecer novamente para a sombra de quem era, e S/N temia que a conexão que haviam criado estivesse em perigo.

— Eu não quero te machucar, S/N. — ele disse, a sinceridade clara em sua voz. — E não posso prometer que o que sinto não vai complicar sua vida. Há coisas sobre mim que você ainda não sabe.

— Então me conte. — ela insistiu, a determinação renovada. — Eu quero saber tudo.

A expressão dele tornou-se sombria, mas havia uma nova centelha em seus olhos, algo que ela nunca havia visto antes — uma mistura de medo e esperança. Ele olhou para o chão, como se estivesse lutando contra os demônios que o perseguiam.

— Está bem, eu... — ele começou, mas a voz falhou, e ele respirou fundo. — Eu não sei se posso fazer isso. Não sei se consigo deixar você entrar na minha vida.

S/N deu um passo à frente, decidida. — Você precisa me dar uma chance. Eu sei que você tem medo, mas a vida é feita de riscos. E eu estou disposta a correr o risco de estar ao seu lado.

O olhar dele suavizou momentaneamente, e a luta interna se tornava mais visível. Mas ainda havia uma barreira que ele hesitava em atravessar. O passado dele pesava como um manto escuro, e S/N não queria forçá-lo a se abrir, mas sabia que tinha que tentar.

— Vamos dar um passo de cada vez. — sugeriu ela, a voz mais suave. — Eu não estou pedindo que você se comprometa com algo que você não pode dar agora. Mas quero que saiba que estou aqui.

Snape respirou fundo, os olhos fechando por um breve momento. Quando ele abriu os olhos novamente, havia algo diferente. Um lampejo de esperança, talvez, mas ainda envolto em incerteza.

— Então, um passo de cada vez. — ele concordou, mas o tom ainda estava carregado de relutância.

S/N sorriu, mesmo que um pouco insegura. Era um começo, e ela estava disposta a lutar por isso. Ele estava ali, e ela havia conseguido atravessar uma parte daquela barreira.

— Vamos. — disse ela, tentando infundir um pouco de leveza na situação. — Um passo de cada vez.

Ambos começaram a andar ao redor do lago negro, a sensação de incerteza ainda pairando, mas agora havia uma nova esperança entre eles. S/N não sabia o que o futuro reservava, mas estava determinada a descobrir.

E, assim, naquelas margens, entre sombras e luz, S/N e Snape começaram a escrever um novo capítulo em suas vidas, um que prometia ser desafiador, mas também repleto de possibilidades.

Signum FortitudinisOnde histórias criam vida. Descubra agora