As semanas que se seguiram após aquele beijo ficaram marcadas por um silêncio cúmplice e um entendimento que crescia entre S/N e Snape. A tensão entre eles ainda era palpável, mas havia uma nova leveza no ar, como se a presença um do outro fosse um bálsamo para as feridas que ainda não haviam sarado.Enquanto Hogwarts se recuperava da Batalha, S/N se dedicou a ajudar onde pudesse, enquanto Snape continuava suas aulas, sua postura habitual de frieza e desdém mantida em público. No entanto, havia momentos fugazes — um olhar compartilhado, um toque sutil — que revelavam a profundidade do que estava se formando entre eles.
Numa tarde nublada, após um dia exaustivo de aulas, S/N encontrou Snape na sala dos professores. Ele estava organizando alguns frascos de poções, mas parecia perdido em pensamentos. O ar estava carregado de uma tensão que ela não podia ignorar.
— Professor? — chamou S/N, hesitante.
Ele olhou para cima, e por um breve instante, os olhos dele brilharam com uma emoção que ela reconhecia. Mas logo, o brilho se apagou, e a máscara voltou a cobrir seu rosto.
— O que você quer, S/N? — ele respondeu, mas havia uma suavidade em sua voz que não havia antes.
— Eu só... queria saber como você estava. — disse ela, dando um passo mais perto.
Snape suspirou, uma expressão de cansaço cruzando seu rosto. — Estou bem. Apenas lidando com as consequências do que ocorreu. E você? Como tem se sentido?
S/N hesitou. — É difícil. Todo o peso da batalha... Mas tenho tentado encontrar um caminho para seguir em frente. — Ela fez uma pausa, os olhos se prendendo aos dele. — E você?
Ele olhou para ela, a máscara de professor começando a rachar mais uma vez. — Estou lutando contra meus próprios demônios, S/N. É complicado lidar com o que sou e o que sinto.
— Eu entendo, mas não precisa fazer isso sozinho. Estou aqui para você, lembra? — S/N sentiu a urgência de se aproximar, de fazer com que ele soubesse que não estava sozinha nessa jornada.
Snape balançou a cabeça, a expressão dele confusa. — Sabe, isso não é simples. — Ele olhou para o lado, como se estivesse evitando a realidade. — Eu não quero arrastar você para a minha escuridão.
— Mas você não está me arrastando. Estou escolhendo estar aqui. — O olhar dela estava firme e seguro, e isso pareceu tocar algo dentro dele.
O silêncio se instalou entre eles, e S/N percebeu que havia algo que ele queria dizer, mas não conseguia encontrar as palavras. Ela se aproximou um pouco mais, o desejo de tocá-lo crescendo, mas ele se afastou levemente, lutando contra o impulso.
— Um passo de cada vez, lembra? — sussurrou ela, tentando quebrar a tensão que os envolvia.
Nesse momento, Snape começou a vasculhar em uma gaveta. S/N observou com curiosidade, sem saber o que esperar. Após alguns momentos, ele retirou algo de dentro, e seu coração disparou ao perceber o que era. Era o anel que ela havia deixado para trás na boathouse, brilhando sob a luz suave da sala.
— Isso é seu. — disse ele, estendendo a mão em sua direção. — Eu pensei que deveria devolvê-lo a você.
S/N ficou em choque, observando o anel que tinha um significado tão profundo. O símbolo delicado parecia capturar o próprio momento em que tudo havia mudado entre eles. A emoção tomou conta dela, e suas mãos tremiam ao pegar o anel.
— Obrigada. — murmurou, a voz falhando. — Eu... eu não esperava que você o tivesse guardado.
Snape apenas a observou, os olhos profundos cheios de um misto de emoções — confusão, carinho, mas ainda uma sombra de medo.
— Eu não sou uma pessoa fácil de se lidar. — ele confessou, a sinceridade marcando suas palavras. — E esse anel me lembrou do quanto você é corajosa por estar aqui, ao meu lado.
— Coragem não significa ausência de medo. — respondeu S/N, colocando o anel de volta em seu dedo anelar. — É sobre enfrentar esses medos e seguir em frente, mesmo quando parece impossível.
Ele franziu a testa, uma expressão de luta interna cruzando seu rosto. — E se eu falhar? E se eu não for capaz de me abrir para você como você merece?
S/N deu um passo mais perto, sentindo a eletricidade no ar. — Então nós vamos descobrir juntos. Não precisamos ter todas as respostas agora. O que importa é que estamos aqui, tentando.
O olhar de Snape se suavizou por um momento, e a conexão entre eles se tornou intensa. S/N sentiu que havia um fio invisível os unindo, algo que era mais forte do que qualquer barreira que eles tivessem construído.
— Você realmente está disposta a tentar? — ele perguntou, a voz quase um sussurro.
— Com todo o meu coração. — respondeu S/N, a sinceridade de suas palavras penetrando a armadura que Snape construíra.
Nesse momento, Snape se aproximou dela, as dúvidas e medos se dissolvendo por um breve instante. A conexão que ambos haviam construído era um misto de força e vulnerabilidade, e eles estavam à beira de um novo entendimento.
— Então, talvez possamos dar um passo em frente. — disse ele, a voz carregada de uma nova determinação.
S/N sorriu, o coração disparando. Eles estavam, finalmente, prontos para enfrentar o que viesse juntos, sem mais barreiras entre eles.
Enquanto a tarde se transformava em noite, S/N e Snape estavam prestes a começar um novo capítulo — um que os levaria a um território desconhecido, mas que prometia ser repleto de possibilidades e promessas.
E, assim, com o anel que simbolizava o começo de algo novo, eles se viraram um para o outro, prontos para enfrentar não apenas o mundo ao seu redor, mas também as emoções que cresciam dentro deles.
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Signum Fortitudinis
Fiksi PenggemarContexto da História: "A Marca da Coragem" Em uma noite fatídica durante a Batalha de Hogwarts, a bravura e a vulnerabilidade se entrelaçam de maneira inesperada. Quando o caos toma conta do castelo e seus defensores lutam por suas vidas, uma aluna...