Renascimento na Escuridão

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A dor que Snape sentiu foi repentina e avassaladora. A escuridão o engoliu, mas no instante em que suas pálpebras pesadas se fecharam, uma sensação de paz o envolveu. Ele não sentiu medo, apenas um profundo desejo de permanecer ao lado de S/N, de proteger e cuidar dela, mesmo que o mundo estivesse desmoronando ao seu redor.

Em um estado entre a consciência e a inconsciência, Snape ouviu vozes distantes. Algumas eram familiares, outras estranhas, mas havia uma em particular que se destacou, cortando através da neblina da dor e do desespero. Era S/N.

— Por favor, não vá, Snape! — ela implorou, a voz repleta de emoção e desespero. — Eu não posso perder você agora.

As palavras dela o puxaram de volta, e ele tentou abrir os olhos, mas a escuridão ainda o segurava firmemente. Um fragmento de sua memória surgiu, o rosto dela iluminado pela luz da lua enquanto sussurrava promessas de que estariam juntos, enfrentando qualquer adversidade. Ele sentiu um calor crescente dentro de si, como se a força dela estivesse tentando puxá-lo de volta para a vida.

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Quando Snape finalmente voltou a si, a luz ofuscante da manhã penetrava em suas pálpebras. Ele se esforçou para se mover, mas uma dor aguda percorreu seu corpo. Ouvindo um som suave ao seu lado, virou a cabeça devagar e encontrou S/N ao seu lado, os olhos vermelhos de chorar, mas um alívio evidente em seu olhar.

— Snape! — Ela se levantou rapidamente, e ele pode ver os rastros das lágrimas em seu rosto. — Você está acordado!

Ele tentou falar, mas a garganta estava seca e sua voz saiu como um sussurro.

— O que aconteceu?

— Você se feriu para me proteger. — A emoção em sua voz era palpável. — Eu achei que tinha perdido você.

Snape fechou os olhos por um momento, as lembranças da batalha retornando em flashes. Ele se lembrou do feitiço, da dor, do impulso que o levou a se colocar entre ela e o ataque. E, naquele momento, a profundidade de seus sentimentos se intensificou. A ideia de perdê-la era insuportável.

— S/N... — ele começou, a voz ainda rouca. — Eu...

Ela segurou a mão dele, a firmeza do toque a ancorando na realidade.

— Shhh. Não fale muito. Você precisa se recuperar.

A proximidade dela e a preocupação em seus olhos faziam seu coração acelerar, mas as lembranças de sua vulnerabilidade o faziam hesitar. Era como se cada palavra estivesse carregada de peso, cada sentimento uma espada afiada.

— Eu não posso... não posso deixá-la em perigo novamente — ele disse, a urgência em sua voz refletindo a intensidade de seus sentimentos. — Eu não posso perder você.

A resposta dela veio instantaneamente, como uma flecha disparada.

— Você não vai me perder, Snape! Eu não deixarei isso acontecer!

O olhar dela era intenso e resoluto, e, por um instante, todas as preocupações e medos se dissiparam. Ele queria acreditar nela, queria se permitir amar plenamente, mas havia um abismo de insegurança entre eles.

— Eu não sou digno de você, S/N. Você deve saber disso.

A expressão de S/N se suavizou, e ela se inclinou mais perto, os rostos quase se tocando.

— Você me salvou. Nossas vidas estão entrelaçadas agora. Você é importante para mim, mais do que pode imaginar.

O coração de Snape disparou, e a vulnerabilidade que ele tentava esconder começou a se desfazer sob o peso das palavras dela.

Signum FortitudinisOnde histórias criam vida. Descubra agora