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Pov Nina

- Senhorita Marina. - ouço a voz do Midnight e corro até ele o abraçando. - Oii Nina, que saudade sua. - Ele me abraça forte e depois me solta com um sorriso no rosto.

- Mid o que você tá fazendo aqui? E esse não é um dos carros da Quinn? - falo apontando para Mercedes vermelha atrás dele.

- Bem, eu vou ser seu motorista até o local combinado, mas você vai ficar o tempo todo de venda e Nina, nada de conversas. - ele finge passar um zíper na boca.

- Poxa Mid, você vai mesmo me deixar curiosa? Só falta você por um fone de ouvido em mim e…- ele me olha com um sorriso brincalhão - Você não vai por um fone em mim.

Depois de quase vinte minutos dele debatendo eu acabei aceitando o fone de ouvido e a venda, mas  às vezes queria entender o porquê disso tudo, a Kit tá se esforçando tanto, mas pra que? O que ela planejou? Que ódio Midnight , você não fala nada e ainda tô sem saber pra onde tô indo. Sinto o carro parar e tiro um lado do fone - Chegamos? - pergunto já cansada da viagem.

- Simm, mas vou aí te buscar, não tira a venda ok? - Mid fala e eu só afirmo e espero ele. Ao sair do carro ele me leva em silêncio e pede pra contar até vinte e tirar a venda. Pergunto se ele ia ficar ali e não ouço mais nada além dos pássaros.

- Midnight eh vou te matar - falo baixo - Ok Nina, até vinte, não é difícil né? Um, dois, três, quatro...dezoito, dezenove e vinte finalmente. - tiro a venda e dou de cara com uma, árvore? - Midnight, que brincadeira é essa irmão? - me viro e dou de cara com uma Quinn segurando uma rosa e um sorriso tímido.

- Opa, oi. - ela sorri e na hora esqueço do Midnight, de onde tô, o que ela fez e tudo que quero é só um beijo dela. - Você tá linda Nina e é pra você essa rosa. - ela me entrega e acabo percebendo que ela ainda usa nossa aliança e acabo ficando nervosa. - Vem, fiz um piquenique. - ela sorri e dou só um sorriso de agradecimento

Marina pelo amor de deus, você tá surtando mas porque? Você é casada com ela ainda, tirou a aliança só pela separação, mas tudo bem né? Tipo, não tem nada demais eu não usar e ela sim, ou será que tem? Será que ela percebeu? Será que ela tem noção do quão nervosa eu tô? Será que eu deveria falar sobre isso? O que eu deveria…

- Nina, você tá bem? Parece tá em pânico. - ela me corta no meio do pensamento e acabo forçando um sorriso.

- Não Quinn, tudo bem, então você fez esse piquenique? Tá incrível, me passa um sanduíche. - ela me dá um sanduíche e antes que possa falar algo eu já interrompi - Então, um piquenique, achei que era um almoço.

- Era, mas hoje você também tem reunião pela tarde e eu imagino que esteja cansada, piquenique é algo rápido e gostoso ao mesmo tempo- ela fala tudo olhando pra mão - mas também porque eu queria… - ela suspira e me olha com os olhos brilhando, não sei se pelo sol ou se são lágrimas se formando e lhe olho pra ela saber que pode falar - …queria ficar mais perto de você, só a gente, igual antigamente.

Eu dou um sorriso pra ela e tento falar do jeito mais calmo e sem transparecer que tudo que eu queria era sentar do lado dela.

-  Quinn, sei que a gente tá separando, mas não significa que não sejamos colegas de trabalho ou amigas, claro que poderemos ter uma relação ainda. - digo e vejo ela virando o rosto - Quinn…

- Você ainda tá nisso? Por isso tirou a aliança? - sinto um tom de amargura? Dor? Não sei, nunca vi ela assim.

- Quinn, eu falei a verdade quando disse que acabou, mas isso não significa que meu amor acabou, eu ainda te amo e muito, mas eu tô cansada.

- Caraca Nina, eu fiz isso pra sei lá, a gente não conversar sobre términos ou sei lá, ia pedir pra você voltar pra casa, mas né, nunca dá certo nada que faço. - ela diz irritada

- Opa, alto lá, eu nunca disse que te daria uma segunda chance e…

- Se não vai dar chance ficou naquela brincadeira comigo pra que? Pra me dar expectativa falsa? - na hora eu travo vendo que ela está certa

- Quinn, eu não devia, mas cara eu deixei claro pra você que acabou, eu não quero nada com você no sentido romântico. - ela se levanta do banco e vou atrás dela. - Quinn para de fugir e fala comigo, você sempre foge. - eu grito irritada e ela para na hora e se vira pra mim com o rosto molhado - quinn..

- EU SEMPRE FUJO NINA? Não é possível, eu tive que viajar pra resolver coisas e você fala como se eu tivesse fugindo.

- Você fugiu no início Quinn… - falo baixo e ela me olha como se pedisse desculpa.

- Você nunca vai se esquecer disso?...

- Como? Me diz como se você sempre tá fugindo de mim e dos nossos amigos, eu sou sua esposa, pelo menos eu deveria saber de algo, não acha? - falo já sentindo minhas lágrimas caindo

- Nina, não chora eu…eu…eu…não faz isso por favor, não faz isso. - ela tenta enxugar uma lágrima mas seguro sua mão antes dela encostar em mim.

- Quinn, só me diz o porquê.

- Nina, eu não posso, eu te amo muito, mas não posso, eu só…- ela suspira - …não posso.

- Certo… - falo soltando sua mão e a encaro - Só, tenta fazer uma coisa?

- O que? - ela me olha confusa

- Só tenta não fazer isso com a próxima. - antes que ela consiga falar eu lhe puxo e dou um beijo, ela me segura na cintura e tento demonstrar tudo que sinto: dor, raiva, amor, compreensão, paixão, alegria, tristeza, me afasto encostando minha testa na dela - Vou indo tá bem? Adeus Quinn. - antes que ela abra a boca eu dou um selinho e saio andando dali sentindo meu rosto encharcado de lágrima

Pego meu celular e ligo pra primeira pessoa que vejo nos contatos

- É isso, agora eu dei o ponto final, eu deixei ela ir, eu deixei o amor da minha vida partir, eu só…eu amo ela…porque isso tá doendo tanto? Porque eu só não posso aceitar? Porque eu tive que ficar mal, vai que ela tá resolvendo algo? Eu amo tanto ela, vem me buscar no parque, por favor Heitor. - falo chorando cada vez mais e desligo o telefone, me encosto em uma árvore e deixo meu corpo cair no chão, sentindo que agora meu mundo realmente desmoronou e não tem mais nada.

goodbye... - au kitninaOnde histórias criam vida. Descubra agora