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Pov Narrador

Olá, estamos aqui de novo não é mesmo? Mas dessa vez vai ser diferente, a última vez eu trouxe dois lados da cidade, trouxe duas mulheres que se apaixonaram, casaram e agora estão separando. Bem, é o que achamos, né?

A Nina tá na casa dos gêmeos ainda, ela não sabe ao certo o que fazer, ela tá perdida, tudo que fez desde a separação foi se trancar no quarto e chorar, não que sua ex-esposa esteja muito melhor, porém agora todos estão de férias, a empresa fechou por tempo indeterminado pra todos aproveitarem ou somente pra dona não ver novamente a chefe do RH?

Kit as vezes se encontra indo pra praia, ela diz a todos que é só pra distrair, mas no fundo a gente sabe, tudo que ela quer é chorar pensando na de olhos azuis, azuis como o mar, o sonho da nossa Kitsune é poder voltar a navegar naqueles olhos azuis, poder ver o mundo através deles, se perder na imensidão do olhar de sua amada, mas ela não consegue mais olhar nem pra si mesma no espelho.

Para Nina, o amor é a frase de Clarice Lispector: "Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso um grande coração para incluir os espinhos.".

Ela ama a Quinn, como se ama uma rosa, mas enquanto vários ignoraram os seus espinhos, Nina os amou e cuidou, Nina via os espinhos da Quinn como algo lindo e verdadeiro, algo que era dela e sem eles, a rosa não estaria completa

Já o amor para Quinn, o amor nada mais é do que a frase de Carlos Drummond de Andrade: "Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis."

Quinn nunca conseguiu explicar o amor que sentia pela Nina, ela poderia fazer tudo que pudesse, de gestos à palavras, simples ou grandes ações, mas ela não conseguia, pois o amor que ela sentia pela de olhos azuis não existiam palavras que pudessem ser ditas, ações que pudessem ser feitas e nem imagens que pudessem ser criadas, o amor era o mais puro que ela já havia sentido.

Nem sempre vamos ter rosas com espinhos demais, mas devemos aceitar elas como são, pois os espinhos que as protegem e nem sempre se deve procurar uma palavra "certa" pra dizer o quanto ama alguém, pois o amor não tem uma palavra que consiga dizer tudo. Do mesmo jeito que a Nina tem seus espinhos, a Kit não tem palavras, mas será que elas vão continuar sofrendo por um "amor (im)possível"

O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu. - François La Rochefoucauld

goodbye... - au kitninaOnde histórias criam vida. Descubra agora