Nos dias que se seguiram Rodolffo fez de tudo para aparecer na quinta da tia Henriqueta a pretexto de saber como iam todos.
- Suba para tomar um chá connosco
- disse a tia.- Não quero incomodar mais uma vez.
- Não incomoda nada. Continue a contar-nos as histórias de Lisboa.
- Eu cuido que já as contei todas e as que não contei são enfadonhas.
Maria trouxe o chá. Juliette serviu Rodolffo, a tia e a ela mesma.
- E a prima Cristina?
- Foi passear com o professor. Não sei que tanto têm que conversar.
- Conversar com um professor é sempre agradável. É bom saber das coisas.
- Juliette, porque não vais mostrar as tuas propriedades ao primo? Como ainda há bocado conversámos e queres abandonar-me ....
Não seja tão dramática, minha tia.
A minha casa fica quase paredes meias com a sua. As propriedades até têm ligação.- É, mas habituei-me a ter-te sempre aqui. Julguei que sairías daqui casada.
- Mas está na hora de tomar a administração das minhas propriedades a meu cargo.
- O Esteves não faz um bom trabalho?
- Muito bom e espero continuar a contar com ele.
Juliette era proprietária da maioria daquelas terras, herdadas por morte dos pais.
Por ser muito novinha a tia tomou a decisão de contratar um Engenheiro Agrónomo, senhor já de meia idade, e levou-a para morar consigo. Deu-lhe estudos e cuidou que ela aprendesse como governar uma quinta. Juliette era esforçada e a paixão pela terra e os trabalhos agrários, ajudava muito.
Uma vez por outra ia a sua casa abrir as janelas e arejá-la, mas voltava sempre para a casa da tia, onde tinha Cristina de quem ela gostava muito.
Depois do sucedido com Rodolffo decidiu que era hora de ter a sua própria vida. Falou com a tia sobre o desejo de voltar a casa. Ela bem argumentou mas Juliette estava decidida.
- Então vamos lá conhecer as tais
terras de que se fala.Os dois saíram e Rodolffo não cabia em si de contente por de novo poder estar a sós com ela.
- Como te sentes?
- Estou bem, mas com algumas dúvidas.
- Que dúvidas?
- Acho que a tia desconfiou. Está estranha.
- Foi porque vais deixá-la.
- Só quero ir para minha casa. Preciso de alguém para me ajudar com a casa.
- Eu posso ir lá ver-te?
- E se toda a aldeia souber? Não desejo andar nas bocas do povo.
"A fidalga recebe homens em casa". Havia de ser lindo o falatório.- A solução é casarmos quanto antes.
- Havemos de saber fazer as coisas. Talvez se vieres trabalhar ou fingir trabalhar para mim.
- Aí está uma solução. E o que me destinas como trabalho?
- Depois pensamos nisso. Chegámos á minha modesta casa.
- Modesta? Isto é um palacete.
Juliette tomou a dianteira, abriu a porta e deixou Rodolffo entrar. Assim que a fechou de novo foi tomada nos braços dele e iniciaram um beijo.
- Não posso ficar longe dos teus beijos. De ti Juliette.
- Nem eu Rodolffo. Não tenho dormido pois nos meus sonhos só mora o palheiro e nós dois despidos.
- Quero de novo. Aqui ninguém nos vê.
Logo de seguida estavam num dos quartos amando-se, só que desta vez era sem pressa. Juliette despiu toda aquela indumentária assim como ele e puderam apreciar outras sensações.