- Estou muito magoada prima Juliette. Julguei que éramos amigas, mas vejo que era só da minha parte.
- Não digas isso Cristina. Foi só para não te magoar. Tu dizias-te apaixonada por ele!
- Assim pensava, mas é diferente do que sinto pelo António. E como foi? Quem se declarou?
- Ele. Não querias que fosse eu, pois não?
- Conta mais Juliette.
- É tão bom estar com ele. Eu sinto coisas no estômago, e não são dores.
- Já se deitaram juntos?
- CRISTINA!!!!
- Que foi?
- Já aconteceu com o António?
- Responde tu primeiro.
- Sim. Nós já nos deitámos várias vezes. Agora responde tu.
- Não. O António bem pediu, mas eu fugi. Como é?
- É bom, mas tem muito cuidado.
- É como no livro que nós lemos escondido da minha mãe?
- Eu acho que é, mas acho que depende dos homens. No livro ela dizia que ele foi bruto, mas o Rodolffo não é assim.
- Tu ficaste nua na frente dele?
- Na primeira vez não. Ele também não, mas acabemos com esta conversa.
- Eu só tenho a ti para conversar. Com a mãe não posso falar disto nem com a Maria.
Há dias a mãe estava a falar com a Maria sobre um casamento. Sabes quem vai casar?- Eu, mas ainda não temos a data marcada.
- Meus Deus. Eu preciso mandar fazer um vestido novo. Quando é que me ias avisar?
- Quando eu também soubesse. Talvez daqui a dois meses.
- Vês? Dois meses. Será que a Gracinha me consegue fazer o vestido?
- Tu tens muitos vestidos e eu quero um casamento simples.
- Juntando Anastácia e Henriqueta, deve ser uma simplicidade! Vão convidar toda a aldeia e arredores para virem ao casamento da fidalga.
E não tem que ser de outro modo. Tu és muito admirada por aqui.- Quando for o teu vai ser igual. Porque não casamos no mesmo dia?
- O António nem fala em casamento.
- Mas quer deitar-se contigo? Tu és esperta e eu sei que vai arranjar maneira de ele fazer o pedido.
A conversa ficou por ali. Cristina deixou a casa da prima e pelo caminho ia pensando que talvez fosse uma boa ideia casar no mesmo dia.
Rodolffo chegou logo a seguir. Cansado, mas muito animado pois os trabalhos já não lhe pareciam tão difíceis.
Deu um beijo em Juliette e depois de se lavar fizeram amor. Era a rotina diária para logo a seguir partir para dormir na casa de Tia Anastácia.
Tinha que ser assim até ao casamento pois não queria a sua amada falada por todos.
Juliette ficava sózinha naquele casarão, mas resignada e na esperança de que o casamento viesse logo.
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