XVI

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Um mês se passou e como a barriga de Juliette já se mostrava, ela e Rodolffo tomaram a iniciativa de ir passar alguns meses ao Porto.

Alegaram que ali teriam mais cuidados de saúde e o contacto com as àguas do ria Douro seria saudável.

- Mais saudável que os ares daqui, duvido.- disse Henriqueta.

Foi a 14 de Setembro que nasceu Carlota Filipa de Salselas.

Juliette começara com as dores de parto e Rodolffo correu a buscar uma parteira. Não tardou muito para que o choro de Carlota se ouvisse em toda a casa.

- Nasceu doutor. - Corria Sara a empregada da casa, trazendo uma bacia de àgua e umas toalhas sujas. É menina.

Rodolffo correu para dentro do quarto e apesar da parteira o expulsar dali, ele não arredou pé.

- Como está minha esposa e filha?

- A menina está bem. A senhora está um pouco debilitada pelo esforço, mas não é nada que uns caldos de galinha não ajudem.

Juliette estava com Carlota deitada a seu lado e dava-lhe de mamar.

- Senhor! Os homens não devem ver estas coisas.

- Que coisas? O que estás para aí a dizer.

- Ver a esposa amamentar...

- Cala-te criatura. Essas maluquices são do século passado. Eu já conheço os seios da minha esposa de olhos fechados.

- Blasfémia. Nunca ouvi tal barbaridade.

- A senhora é casada e tem filhos?

- Sim. Tenho cinco vivos e mais 4 que não vingaram.

- E fê-los todos de luz apagada?

- Pois assim deve ser. O meu esposo nunca sequer viu o meu corpo.

- Lamento. Eu não sou assim e minha esposa também não.

- Pronto senhor! O meu trabalho está terminado. A senhora que se alimente bem e não deve haver novidades.

A parteira deixou o quarto e logo Sara apareceu com uma tigela de canja de galinha e algumas frutas. Rodolffo estava deitado no outro lado da cama e acariciava Carlota com o polegar.

- Que linda a nossa princesa.

Carlota era pequenina o que ajudava à teoria de parte prematuro, mas eles ainda iam demorar por ali. Mais 2 meses e então regressavam à aldeia apresentando a menina como se tivesse apenas duas semanas.

Iam registá-la com uma data de nascimento diferente. Para todos ela nasceu em Novembro e não Setembro.

Nesses dois meses mãe e filha estavam de plena saúde e era tempo de voltar. Juliette tinha escrito à tia Henriqueta a dar-lhe conta disso mesmo.

A viagem tornara-se longa e tortuosa, mas o desejo de Juliette de regressar à quinta era o que a fazia ter coragem. Rodolffo desdobrou-so em cuidados e ia atento às necessidades



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