Capítulo 13

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O Águias marcou um gol no último minuto da partida, quando o jogo já parecia acabado, encerrando o placar em 1x0. O som do chute preciso ecoou pelo campo, e, em um instante, a bola balançou a rede. A torcida explodiu em um grito coletivo de euforia, alguns balançando bandeiras e erguendo cartazes, outros se abraçando em extase.

Atlas, com os olhos brilhando de entusiasmo, virou-se para Austin e exclamou, quase sem fôlego:

— Vamos lá parabenizar as meninas!

Sem esperar uma resposta, ele começou a descer a arquibancada com pressa, o rosto estampado com um sorriso largo.

Austin bufou como se precisasse fazer uma obrigação chata, como lavar louças após o almoço ou tirar o lixo.

Ele permaneceu parado por um momento, sentindo uma onda de nervosismo crescer em seu peito. A ideia de se aproximar de Denise o deixou ansioso, como se o simples fato de estar perto dela trouxesse à tona todas as emoções que ele estava tentando evitar. Ele respirou fundo e, com certa hesitação, começou a seguir Atlas, seus passos mais lentos, quase como se estivesse se arrastando.

Atlas chegou primeiro às meninas, e antes que Austin pudesse sequer tentar acelerar o passo, ele viu o moreno envolver algumas das jogadoras em um abraço vibrante e leu um "parabéns" entusiasmado em seus lábios.
Denise estava feliz como nunca e Austin sorriu observando de longe a interação dos dois, também contente.

O ruivo respirou fundo se preparando para continuar e quando, finalmente, resolveu se aproximar de verdade, sentiu um toque firme em seu ombro. Ele se virou, surpreso, e deu de cara com Hugo.

— Então é esse o seu compromisso, hein? Ver a Denise jogar! Agora entendi porque você estava tão nervoso — um sorriso malicioso se formou nos lábios do amigo. — Por que não nos contou, cara?

Austin ficou sem palavras, sem saber como reagir. Sua mente estava em tela preta.

— Já estava estranhando, você não fala da Denise há um tempão. — Hugo continuou — Ah, não! Não acredito...você tá pegando ela finalmente? É isso que você tá escondendo da gente?

— Não, cara! Eu não tô ficando com a Denise. — Austin respondeu rápido e na defensiva, sua voz soando mais alta do que ele esperava.

— Então por que tá tão estranho? Eu não estou te entendendo, Austin. — insistiu.

Austin desviou o olhar como um péssimo mentiroso.

— Não tem o que entender, Hugo. Para de ficar achando que tem coisa errada, tá tudo normal, como sempre.

Hugo soltou uma risada curta, sem humor.

— Ah, claro! — disse com a voz carregada de ironia — Até ontem você colocava a vagina no pedestal e agora tá todo indiferente.

— Jesus... — Austin esfregou o rosto com as mãos, tentando evitar a troca de olhares.

— Você nem parece o cara que se apaixonou pela Denise por causa da droga de um sapato. E só Deus sabe o quanto nós torcemos para aquele tênis rasgar... — admitiu, com um riso incrédulo, sacudindo a cabeça ao lembrar — Você ia com ele pra todo canto na esperança de que ela elogiasse de novo e vocês pudessem conversar.

A lembrança fez Austin sorrir, aquela história parecia de outra vida, quando tudo era mais simples, e sua cabeça não estava tão confusa como agora. Ele riu baixinho, olhando para os próprios pés, como se ainda pudesse ver o velho tênis desgastado.

— Eu ainda guardo ele de souvenir em cima da estante. — Austin riu, enquanto pensava em como se agarrava a velharias – e pessoas – que ele tinha dificuldade de deixar para trás.

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