HARRY HOOK POINT OF VIEW.
HARRY ESTAVA SENTADO sobre a cama dura e gasta de seu quarto na Ilha dos Perdidos, o som constante do vento uivando do lado de fora se misturava ao cheiro salgado que vinha da peixaria que ficava logo abaixo de onde ele morava com a família. O cheiro forte de peixe podre já havia se tornado algo tão constante que ele mal notava mais.
Com uma garrafa de rum meio vazia ao lado, Harry bebia em goles longos e pesados, tentando entorpecer a mente o suficiente para esquecer a briga que tinha acabado de ter com seu pai, Capitão Gancho. Mas os ecos das palavras duras ainda reverberavam em sua cabeça. Gancho nunca estava satisfeito com nada que ele fazia, sempre exigindo mais, sempre comparando-o ao que ele era no passado. Harry sentia como se estivesse sufocando sob as expectativas que jamais conseguiria atender.
Mas não era só isso que o incomodava. Havia algo mais, algo que vinha o atormentando há semanas.
Ele fechou os olhos e, como em tantas outras noites, o rosto dela veio à sua mente. Aquela garota. Uma garota de cabelos loiros quase platinados, que ele via à distância em seus sonhos. Sempre a mesma cena. Ela estava longe, em algum lugar nebuloso, e ele a observava, tentando alcançar o rosto dela, tentar entender quem era. Mas sempre que tentava se aproximar, ela desaparecia.
Harry tomou mais um gole de rum, sentindo o líquido queimar sua garganta enquanto cerrava os olhos, como se tentasse forçar sua memória a trazer a imagem dela de volta com mais clareza. Quem era essa garota? Por que ele sonhava com ela noite após noite? O mais frustrante era que, justo no momento em que sentia que finalmente ia conseguir chegar até ela, tocar sua mão ou olhar em seus olhos, algo o puxava de volta para a realidade. Ele sempre acordava antes de conseguir descobrir quem ela era.
Ele soltou um suspiro pesado, jogando a cabeça contra o travesseiro enquanto fitava o teto gasto e manchado do quarto.
— Que droga é essa? — murmurou para si mesmo, sua voz rouca e carregada de frustração. Harry não acreditava em destino ou em sonhos premonitórios, mas aquilo estava começando a irritá-lo. Havia algo sobre aquela garota que mexia com ele, e ele odiava sentir essa vulnerabilidade. Era como se ela fosse um enigma que ele não conseguia resolver, e Harry odiava enigmas que não podia decifrar.
Outra briga, outro dia inútil na Ilha. E agora, além da frustração com seu pai e a vida limitada que levava, ele tinha que lidar com esse mistério na cabeça. Quem era ela? Por que ela parecia tão familiar e, ao mesmo tempo, tão distante?
Ele tomou mais um gole do rum, tentando apagar a sensação de que, de algum jeito, aquilo significava algo maior. Algo que ele ainda não estava pronto para entender. E, como sempre, ele acabava se perguntando: "Será que um dia eu vou descobrir quem ela é?"
Harry suspirou profundamente, levantando-se devagar da cama enquanto sentia o peso da briga mais cedo ainda pendurado em seus ombros. A garrafa de rum estava quase vazia, o último gole esperando por ele. Ele pegou a garrafa e terminou de beber, deixando o líquido queimar em sua garganta, na esperança de que o entorpecesse o suficiente para não pensar mais no que havia acontecido.
Com um movimento rápido e quase mecânico, ele tirou a jaqueta de couro que vestia, jogando-a sobre uma cadeira velha no canto do quarto. Mas ao fazer isso, a dor nas costas se intensificou. Ele cerrou os dentes, irritado com a lembrança do empurrão brutal que havia recebido de seu pai mais cedo. As cicatrizes antigas, resultado de castigos físicos de quando era criança, voltaram a latejar. Cada empurrão de Gancho, cada golpe do passado, pareciam se reabrir em momentos como esse, trazendo não apenas a dor física, mas a memória amarga do desprezo de seu pai.
Ele se jogou novamente na cama com força, tentando encontrar uma posição em que a dor fosse menos intensa. Mas não importava o quanto tentasse, o desconforto permanecia ali, como uma sombra teimosa.
Fechando os olhos, ele tentou afastar a dor e o incômodo, esperando que o sono o levasse logo, antes que mais pensamentos sombrios pudessem invadi-lo. E lá estava ela de novo, a garota dos sonhos.
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Só 700 palavras porque ando ocupada com semana de provas já que é final de bimestre na minha escola, desculpem 😭
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𝗧𝗛𝗘 𝗪𝗛𝗜𝗧𝗘 𝗣𝗥𝗜𝗡𝗖𝗘𝗦𝗦, harry hook.
Fiksi Penggemar◌ 𓈒 ୨ৎ the best people are crazy ✿𝆬 ू 𝗤𝗨𝗘𝗡𝗡𝗜𝗘 𝗪𝗛𝗜𝗧𝗘, filha da graciosa e imponente Rainha Branca, sempre soube que seu destino estava selado. O oráculo de Absolem havia revelado uma profecia cruel: ela se...