PRÓLOGO

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QUEENIE WHITE POINT OF VIEW.

          EU ESTAVA MORTA? Se ainda não, certamente estava à beira do abismo. Um simples tilintar de xícaras de chá foi suficiente para fazer meus pensamentos explodirem em agonia, como uma lâmina fina penetrando direto em minha alma. O som, insuportavelmente agudo, reverberava nos meus ouvidos, ameaçando rasgar meus tímpanos sem piedade.  

Gritei com toda a força que meus pulmões ainda podiam reunir, implorando para que cessasse, ou eu sucumbiria de vez. Meu corpo ardia como se estivesse imerso em uma piscina de óleo fervente, e não havia fuga possível. Sentia cada osso se estilhaçar em uníssono, a dor perfurando-me como milhares de punhais cravados sem piedade.  

O teto, desfocado, oscilava diante dos meus olhos. Dele emergiam visões insanas: gatos com sorrisos macabros e demônios que me rondavam, zombando de meu sofrimento, aguardando o momento em que meu coração cessaria de bater para então me arrastar para as profundezas do inferno.  

— Mãe! Eles vão me matar! — Meu grito ecoava sem fim, desesperado. Eu não conseguia sentir meu corpo, mas, ao mesmo tempo, a dor era insuportavelmente vívida, como se cada célula estivesse a gritar por socorro. Se a morte fosse menos dolorosa do que aquilo, eu me lançaria pela janela sem hesitar.  

— Isso não é real, Queenie. — A voz da minha mãe, uma sombra distante, um sussurro perdido em meio ao meu martírio.  

De repente, algo dilacerou minhas costelas, uma sensação vívida de carne sendo rasgada. O sangue, quente e viscoso, parecia jorrar pelo quarto, tingindo tudo ao redor. O grito que escapou de mim foi visceral, o mais intenso que já proferi. Era real, eu podia sentir.  

Minha visão tingiu-se de vermelho. Rostos distorcidos e hediondos sorriam, dentes afiados se projetavam, ameaçadores. Eles me observavam, se deliciando com meu tormento. E então, eu caí.  

Era uma queda vertiginosa, como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés. A cabeça tombou contra o mármore frio do castelo, ecoando por todo o quarto e eu senti como se estivesse despencando no buraco do coelho — um abismo sem fim, uma queda eterna. Enquanto caía, rostos daqueles que eu amava passavam por mim, distorcidos pela dor, como relances de um pesadelo distante.  

Até que o som oco da minha cabeça batendo no chão pôs fim à descida. E mamãe gritou.

💭

A névoa em minha mente começava a se dissipar, mas a sensação de estar à deriva permanecia. Eu estava ali, no meio do salão, ao lado de mamãe, mas ao mesmo tempo me sentia tão longe. Meus olhos, ainda enevoados pelas alucinações, se fixaram no Absolem. Ele flutuava diante de nós, majestoso e impenetrável, como se nada neste mundo fosse capaz de perturbá-lo. Eu, no entanto, me sentia minúscula. Cada parte do meu corpo latejava com a memória recente da dor, mas agora tudo o que restava era o vazio, uma paralisia sufocante.

𝗧𝗛𝗘 𝗪𝗛𝗜𝗧𝗘 𝗣𝗥𝗜𝗡𝗖𝗘𝗦𝗦,  harry hook.Onde histórias criam vida. Descubra agora