capítulo treze ~ Jonathan

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Depois do meu comentário, ela questionou se a pizza demoraria, e eu disse a previsão do aplicativo.

Ela disse que estava com fome, em seguida teve uma ideia do que poderíamos comer, e foi até a cozinha.

A acompanhei com o olhar, e era inevitável controlar meus pensamentos.

Essa roupa é alguma provocação? Uma insinuação? Ou apenas uma loucura da minha cabeça?

Seja lá o motivo real, mexeu muito comigo. Tanto no meu corpo, quanto na minha cabeça.

Levantei e fui no espaço de bebidas que ela tem, peguei uma dose de vodka e engoli de uma vez. E em seguida tomei outra dose.

Acho que pensei que isso baixaria minha adrenalina, mas acabou me dando uma onda de coragem para ir atrás dela na cozinha.

Entrei no cômodo, ela estava de costas para a direção da porta, e fazia algo na bancada.

Me aproximei em silêncio, até parar atrás dela e depois apoiar minhas mãos no móvel, basicamente a encurralando.

Olhei pra bancada, e ela estava cortando alguma coisa que eu não prestei atenção.

Num tom de voz baixo, falei sobre ter pegado um pouco da sua bebida, e também sobre ter aberto sua geladeira pra ver se tinha algum vinho pra acompanhar a pizza.

Pela maneira direta que ela respondeu, parecia estar um pouco tensa, e aproveitei isso para me aproximar mais.

Estava de olhos fechados sentindo seu cheiro e o elogiei, ela apenas disse o nome de uma erva, que provavelmente era a dominante da fragrância que ela usava.

Dessa vez era camomila, e assim como lavanda, tinha o poder de me acalmar.

Me encorajei mais, e ia cometer a possível maluquice de beijar seu pescoço. Mas o interfone tocou, e eu não tive outra alternativa a não ser recuar.

O porteiro estava ligando pra informar que a pizza já havia chegado, e quando ela encerrou a ligação, me disse que iria descer pra pegar.

Imediatamente ela saiu da cozinha, e eu respirei fundo.

Impressionante, quando é para essas coisas atrasarem, elas acabam é se adiantando.

Parece até uma intervenção divina. Será que Deus está contra mim? Ou tentando evitar algo?

Fui também para a sala, e ela ia mexer em sua bolsa, pensei que poderia procurar seu celular e lembrei da nossa conversa pendente.

Pra distrair ela novamente, acabei perguntando se iria com aquela roupa, e mesmo ela falando sobre seu condomínio ser seguro, eu insisti em acompanhá-la, e dessa vez ela concordou de maneira rápida.

E pra minha alegria e alívio, mais uma vez ela esqueceu de pegar seu celular.

Calcei rapidamente meu tênis, saímos da sua casa, e entramos no elevador que já estava parado no andar.

- Decora aí 7391. - falei os últimos números do meu telefone, que é o código pra receber a entrega.

- 7391, 7391, 7391. - ela disse repetindo aos risos e andando de um lado pro outro.

Chegamos no térreo, e eu fui com ela até a porta do seu prédio.

De lá observei ela informar os números ao entregador, e depois ele lhe dar as pizzas.

Ela rapidamente se virou e voltou para a entrada do prédio.

E eu não consegui conter minha expressão de raiva ao reparar nos olhares do entregador.

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora