capítulo doze ~ Jonathan

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Eu poderia ter falado a verdade, mas abri rapidamente nossa conversa no whatsapp, e vi que a última mensagem ainda não estava entregue.

Então avaliei que poderia ter uma oportunidade de conversarmos depois sobre aquela história, em algum lugar mais reservado.

Seguindo isso, preferi omitir e inventei que queria ajuda em escolher um presente pra Olivia.

Ela brincou sobre eu ter dado a entender que era algo sério, e depois disse que poderíamos ir naquele momento mesmo em alguma loja, até pro tempo passar e amenizar o trânsito.

Entramos em uma loja de brinquedos, e eu a segui para o setor em que ficam os quebra-cabeças.

- Aqui não tem erro. Ela ama, e quanto mais difícil, mais ela se interessa. - ela disse enquanto ia andando e olhando os modelos.

- 500 peças? - pergunto e também vou analisando as opções.

- Só se for muito complexo. Mas é melhor um de 1.000. - ela respondeu e parou no canto do corredor.

Fiquei indeciso entre alguns, fui eliminando, até que restaram só dois, e depois, seguindo a dica da complexidade, optei por um modelo de um oceano.

No caminho até a fila, achei um urso de pelúcia médio da Mafalda, uma personagem clássica argentina, e o peguei.  

- Nossa, a Mafalda, que baita achado. - ela disse feliz ao ver a pelúcia na minha mão. 

- Conhece? - perguntei e lhe olhei.

- Claro! Aqui nós temos a Turma da Mônica, que diferente dela são só histórias infantis, mas se não me engano foram criadas na mesma época. - ela disse também me olhando.

Paguei os dois, aguardamos os embrulhos, depois seguimos para o estacionamento, e em pouco tempo chegamos no meu carro. 

- Eu nem precisei falar nada, mas você acertou muito nessa pelúcia da Mafalda, a Olivia vai amar. - ela disse ainda empolgada.

A Giovanna nem imagina, mas esse não seria um presente pra Olívia, e sim pra ela.

Além de ser um desenho argentino e que pode fazer lembrá-la de mim, eu tive o pensamento rápido por causa do globo terrestre decorativo que ela tem em seu quarto, que é um item muito presente na história da personagem.

- E o que mais ela gosta de ganhar? - pergunto enquanto vou arrumando nossas compras no porta-malas do meu carro. 

- Jogos indicados para acima da idade dela, daqueles de tabuleiro, sabe? Livros também. Na verdade ela gosta de... - ela dizia, mas foi interrompida por uma voz atrás de nós.

Era uma voz feminina perguntando sobre nós dois, e antes de me virar, eu já sabia que era a Patrícia.

Conhecia bem aquela voz enjoada.

Fiquei alguns minutos encarando as sacolas, tentando controlar minha raiva.

A Giovanna se virou antes de mim, e quando a olhei ela me encarava com uma expressão de confusão.

Respirei fundo, e falei pra ela:

- Só um minuto, por favor. - falei e sorri nervoso. 

Ela não me respondeu nada, mas parecia estar impaciente.

Fechei o porta-malas, travei o carro com o controle da chave, me virei, e antes de olhar pra Patrícia, vi o Giuliano e sua namorada um pouco atrás. 

- Vem! - falei ao passar do lado da Patrícia, em direção aos outros dois, mas sem olhá-la.

- Você realmente preferiu cancelar nosso cinema pra servir de carregador de sacolas de uma qualquer? - a Patrícia falou alto atrás de mim. 

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora