capítulo quatro ~ Giovanna

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Hoje meu despertador foram as mordidas da Mía na minha mão que estava caída no chão.

Levanto e sinto todas as dores que dormir num sofá causa.

Olho pra minha gata e entendo que seu olhar sério se chama fome.

Imediatamente já vou arrumar sua ração e aproveito pra comer algo também.

Depois de ovo mexido e um café de lei, vou pro meu quarto, e dou de cara com a camisa que usei ontem.

Começo a ter flashbacks de tudo o que aconteceu naquele local.

Minha primeira reação é puxar as mangas do roupão e ver se ainda existem marcas nos meus braços.

Felizmente elas já não existem mais.

Ao menos isso, agora só preciso apagar da minha mente.

Pego a camisa e também a pulseira que iria aposentar, e levo pro outro quarto, onde guardo muitas coisas que não uso com frequência, e também tudo o que meu lado acumulador não me deixa desapegar.

Nele também tem uma cama de criança, onde a Olivia dorme quando está aqui em casa.

Ela sempre insiste pra dormir na minha cama comigo, mas como na maioria das vezes ela perde a batalha contra o sono, eu a trago da sala para um cantinho só seu.

Deixo a camisa e a pulseira junto com as outras coisas do São Paulo, que são muitas, desde coisas muito antigas, até as recentes que saio comprando.

Apenas pelo fato dessa camisa ter dado sorte no jogo de ontem, ela seguirá aqui guardada. Caso contrário eu certamente daria um fim nela, provavelmente uma doação, até porque está nova, e também por, mesmo com um grande motivo, não ter coragem de jogar uma camisa do meu time do coração no lixo. 

Saí de lá pra ver se ajudava a não pensar mais na noite passada.

Fui pro meu quarto, e antes de procurar algo pra fazer, repostei os últimos stories que meus amigos tinham me marcado ontem.

Pouco depois deixei meu celular na penteadeira, e logo ouvi ele vibrando freneticamente.

Vejo que é o Léo e atendo. 

- Nem anoiteceu e já tá acordada, estou com medo do temporal que vem por aí. - ele fala aos risos.

- Aí que engraçadinho, até parece. O que aconteceu pra precisar ligar hein? - pergunto enquanto me sento na cadeira em frente a penteadeira. 

- Pô, te mandei várias mensagens desde cedo, e nada. A Bia mandou no nosso grupo, e nada. Pedi pro Chico mandar também, e nada. Como tô trabalhando e não posso bater aí na sua casa, a última alternativa pra saber se você estava viva foi ligar mesmo. - ele responde ainda num tom risonho.

- Foi mal, eu cheguei em casa e capotei. Não tem muito tempo que acordei e tô pegando só agora no celular. - minto sobre ter dormido de imediato enquanto vou organizando minha bagunça. 

- Imaginei, mas tudo bem. Me explica por favor o que aconteceu ontem na saída? Eu tentei falar com a Bia, mas ela só ficou chamando o Calleri de argentino safado e não disse o porquê. - ele pergunta diretamente.

- Ah, Léo, resumindo é isso mesmo que ela te disse. Mas pra você não ficar curioso e entender melhor, ele namora e queria pegar ela. - respondo e reviro os olhos. 

- Hã? O Calleri já tá namorando de novo? Não faz sentido isso. Eu vi a entrevista dele que você mandou lá no grupo esses dias. O homem tava todo tristonho. A não ser que, será que ele não voltou com a argentina lá? - ele pergunta intrigado. 

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora