capítulo dez ~ Giovanna

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Só percebi a grande besteira depois que a pergunta saiu da minha boca, e vi sua nova reação.

Imediatamente me desculpei por ser invasiva, e ele disse que não esperava essa pergunta.

Mas depois contou que o término partiu dela, por não ter conseguido se adaptar com o nosso país, e que mesmo com insistências, não dava mais certo. Só o amor não foi suficiente pra eles.

Depois eu sinceramente disse que meu lado de torcedora se alegra em saber que ele não nos abandonou, mas que sentia muito por, de certa forma, isso ter influenciado em perder a parceria com alguém importante, e de tantos anos.

Até me assustei quando ele disse ter sido mais de 10 anos. Eu sabia que foi algo longo, mas não imaginava tanto assim.

Parecia que ele queria sair desse assunto, mas não sabia como falar, então tomei a iniciativa de encerrarmos, e ele disse que já estava de saída da minha casa.

Antes confirmei se ele realmente havia me perdoado pela pergunta intrusa, e ele aparentemente foi honesto em dizer que ainda não estava cicatrizado, e que fui a primeira pessoa que ele respondeu sobre isso, obviamente com exceção de pessoas próximas.

Agradeci a sua confiança em mim, e o tranquilizei dizendo que não contaria para ninguém. 

Sai do meu quarto, e alguns passos depois, senti ele me abraçar por trás, e falar no meu ouvido, num tom de voz baixo, para que eu confiasse nele também.

Entendi perfeitamente o sentido desse pedido.

Rapidamente me soltei, e disse que esse assunto estava encerrado.

Ele se desculpou, e perguntou se podíamos ter uma amizade, pois segundo ele, se sentia bem comigo.

Senti meu coração responder antes do meu cérebro, e seguindo 70% ele, concordei, mas de uma maneira diferente.

Obedeci os 30% do meu lado racional que me alertaram a ir com calma, e começar denominando como colegas.

Tentei um aperto de mãos pra selarmos isso, mas ele me disse que sabia que eu abraçava meus amigos, e que com ele, mesmo ainda não sendo um amigo de fato, teria de ser igual, e logo em seguida me abraçou.

Não sei bem quanto tempo durou nosso abraço, mas eu me senti muito confortável nele.

Senti uma espécie de proteção, tal como no dia em que nos conhecemos e ele me salvou de uma situação desagradável.

Além disso também senti algo crescendo dentro de mim, e acredito que seja o princípio de uma confiança.

Seria a realização de um sonho ser amiga de um ídolo.

Um sonho que talvez eu nem soubesse que tinha. 

Precisei cortar o abraço pra não durar mais tempo, e voltamos a andar até a sala.

No caminho ele questionou sobre a cama do outro quarto, e eu respondi que é para quando a Olivia vem pra cá.

Pra minha surpresa, ele se convidou para vir também quando ela estiver.

Usei a desculpa de que ela precisa concordar, e ele respondeu dizendo que tentaria se resolver com ela.

Enquanto via ele calçar seu tênis, e depois se despedir da minha gata, por dentro eu pensava: "Óbvio que se essa conversa acontecer ela vai aceitar, é só lembrar a empolgação dela na festa", e depois torci internamente pra esse diálogo não se repetir tão cedo.

Nos desculpamos um com o outro novamente, e já estávamos em frente a porta, quando ele me entregou seu celular e pediu para que eu salvasse meu número, usando o argumento que esperava que eu o respondesse mais facilmente.

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora