capítulo nove ~ Giovanna

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Respondi que não pretendia beber hoje porque não estava bem, mas depois disse que queria vodka.

Apenas algo bem forte pra me ajudar a engolir essa confusão toda.

Ele sugeriu que vinho combinaria mais com a pipoca, eu concordei, e ironicamente disse que, como ele já parecia conhecer a casa, poderia pegar na geladeira.

Antes de ir mais uma vez na minha cozinha, ele deixou o balde de pipoca ao meu lado.

Aproveitei pra ir até o meu bar e pegar uma dose de vodka.

Voltei pro sofá e em seguida ele retornou para a sala, dessa vez trazendo consigo duas taças de vinho tinto.

Não sei por que, mas ele riu após se sentar e me entregar uma taça, e só parou quando lhe olhei séria.

Ele perguntou novamente se eu havia escolhido algo pra assistir, e eu insisti por uma resposta sobre não ter ido com a Bia.

Mas outra vez ele me enrolou dizendo para comermos e bebermos antes, e eu disse que ele poderia colocar em qualquer coisa na televisão.

Ele disse que colocaria num filme que gostava, e eu me surpreendi quando vi ser Amizade Colorida.

E talvez pelo efeito rápido da vodka, eu decidi que daria minha total atenção a um dos meus filmes favoritos.

O Calleri se levantou, pegou o meu copo já vazio, segui ele com o olhar, vi que o deixou no balcão do bar, e antes de sentar novamente, apagou a luz daqui.

Comecei a sentir o mesmo frio de quando acordei, e fui até o meu quarto buscar uma coberta.

Voltei com ela envolta no corpo, e fiquei mais à vontade no meu sofá.

A pipoca acabou antes da metade do filme, e ele se levantou pra levar o balde até a cozinha. E quando voltou, trouxe junto a garrafa de vinho.

Ele serviu as taças e depois continuou atento ao filme.

Olhei discretamente algumas vezes, e assim como eu, ele sorria assistindo.

Alguns minutos depois, ele disse que também estava com frio e pediu metade da minha coberta.

Apesar do estranhamento, tirei ela do meu corpo, abri e dei uma parte pra ele.

Depois ele serviu nossas taças com o final do vinho, e quando voltou a se acomodar no sofá, notei que ele se aproximou um pouco mais de mim, e também ficou mais à vontade.

O filme tem algumas cenas de sexo, e eu cogitei que me sentiria constrangida com a presença dele nesses momentos, mas não, estava me sentido tão à vontade e literalmente em casa, tal como se estivesse acompanhada de alguém de confiança, assistindo pela inúmera vez o mesmo filme.

O tempo passou bem rápido, o filme acabou, e como sempre eu não consegui evitar derramar algumas lágrimas de felicidade com o final.

Olhei pro Calleri, ele parecia um pouco tenso, e eu aproveitei pra novamente cobrar a explicação sobre não ter acompanhado a Bia.

- Você disse que não iria beber porque não estava bem. O que você tem? - ele perguntou enquanto me olhava nos olhos.

- Nada de mais, só alergia atacada. Agora para de me enrolar, fala logo! - falei com impaciência.

- Todo bien, vamos lá. O que você quer saber exatamente? - ele perguntou se fazendo de desentendido.

- Ou você fala logo, ou pode ir embora agora mesmo! - falo determinada.

- Perdón! Solo me responde uma coisa, por que eu deveria ter ido com ela? - ele me respondeu com outra pergunta e jogou o corpo para mais próximo de mim.

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora