capítulo seis ~ Giovanna

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Não sei o que mais me assustou.

A repentina presença do Calleri na minha frente, ou a pergunta que ele fez.

Opto pela sinceridade e falo que desmenti lhe conhecer apenas porque queria esquecer aquela noite.

Ele diz ter achado que era sobre esquecer ele, e em seguida lembra da tal pergunta sobre a camisa.

Estranho muito isso ainda existir na cabeça dele, mas o chamo pra sentar nos bancos na nossa frente.

Chego lá primeiro e vejo que ele foi pegar uma cerveja também.

Depois ele se senta ao meu lado e eu o respondo:

- Bom, vai parecer uma grande besteira, mas eu admirei muito aquela entrevista no canal do seu amigo. Sei que você falou de uma coisa séria pra você e que não é um bom momento, mas ao contrário da maioria de vocês jogadores, você falou abertamente sobre questões pessoais afetarem o lado profissional. Talvez você não saiba, mas deu um ótimo exemplo pra quem te acompanha e te admira. Enfim, o que eu quero dizer é que achei muito corajoso de sua parte falar aquilo. E aí pra ser diferente, eu pedi pra personalizarem com seu primeiro nome. Foi só isso. Ah, e a pulseira também, pra não ficar igual, encomendei uma personalizada com seu nome completo. - falo e vejo que ele me ouvia sorrindo.

- No, de jeito nenhum é uma besteira, e gracias por acreditar em mim. Muita gente seguiu com as críticas, mesmo sabendo dos meus motivos. - ele diz e suspira.

- Eu imagino que sim, até porque eu li muita coisa nas redes sociais, e espero de coração que você não tenha visto. - falo, mas por sua expressão triste entendo que viu, e mudo de assunto: - Mas, aproveitando que você está aqui, quero te pedir desculpas por ter entendido errado sobre com quem você estava na quinta. O Ferraresi me explicou tudo e pode ficar em paz, eu já falei com a Bia, e ainda vou dar um jeito de organizar algo. - finalizo e sorrio timidamente.

- Eu já estou em paz só de você saber a verdade. Mas organizar exatamente o que? - ele diz, me olha com curiosidade, e continua: - Quer saber, vamos esquecer isso. Tenho mais uma pergunta, posso? - ele pergunta e bebe um pouco de sua cerveja sem parar de me olhar.

- Não sou acostumada a ser entrevistada e sim ao contrário, mas como eu estou bom humor, manda aí. - falo e rio.

- Queria saber o significado de duas tatuagens sua. A 23, e o J. - ele diz me olhando nos olhos.

- Essas perguntas seguem bem aleatórias, hein? - falo, bebo um gole da minha cerveja e continuo: - 23 é o meu número da sorte e dia do meu aniversário. E... - ia continuar, mas ele me interrompe.

- No lo creo, yo también! De que mês? Eu sou de setembro. - ele diz empolgado.

- Sou de maio. Eu sempre brinco que meu avô mandou colocar a data numa avenida bem famosa aqui no estado em minha homenagem. E o J com o símbolo do infinito é pra ele. - falo e olho pros meus amigos que seguem conversando.

- Entendi. 23 de maio, não vou esquecer. Mas é uma pena que agora só no ano que vem. - ele diz, sorri com o canto da boca, e termina de beber sua cerveja.

Aparentemente viriam novas perguntas aleatórias, mas o Arboleda chega até nós e chama o Calleri para ir em sua casa buscar uma camisa.

Ele me diz que voltaria logo e vai com seu amigo.

Assim que ele sai, as filhas do Maurício vêm até mim e tentam saber meu assunto com ele.

Mas minto e digo que era algo sobre o meu trabalho.

Saímos de lá e fomos até o meio do salão procurar algo pra comer.

Continuamos conversando sobre outras coisas, quando olho pro lado e vejo o Calleri me chamando.

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora