capítulo doze ~ Giovanna

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Olhei pro Jonathan esperando uma explicação, ele me pediu pra esperá-lo, e isso me irritou profundamente.

Após fechar o porta-malas e travar seu carro, ele se virou e foi na direção da mulher.

Passou direto por ela e continuou andando mais um pouco, até chegar perto de um casal, e quando olhei com mais atenção, reconheci outro jogador do São Paulo, o Galoppo.

A curiosidade jornalística me fez continuar observando, até ouvir a mulher que estava o cobrando dizer algo como: "ele não ter ido no cinema com ela e estar segurando sacolas para uma qualquer".

Por alguns segundos meu sangue ferveu e quis ir até ela tirar satisfações.

Quem ela pensava que era pra me chamar assim?

Mas felizmente meu lado racional falou mais alto, e eu apenas sai de onde estava.

Fiquei encostada na frente do carro do Jonathan, olhando pra parede, e pensando no quanto eu não mereço e nem preciso passar por uma situação dessas.

Minha vontade era sumir dali, mas antes precisaria pegar minhas compras.

Maldita hora que esse cara trancou o carro, do contrário eu já estaria ao menos longe desse estacionamento.

Na verdade, maldita hora em que aceitei a carona dele. O erro começou ali.

Não demorou muito, ele apareceu na minha frente, e antes que pudesse falar qualquer coisa, eu me adiantei.

- Abre seu porta-malas pra eu pegar minhas coisas. - falei o encarando séria.

- No, perdón! Por Díos! Juro que eu tenho como explicar. Por favor, me deixa te levar pra sua casa e no caminho eu falo. - ele pediu praticamente implorando.

- Tenho certeza que deve ter alguma ótima explicação, mas eu não estou disposta a ouvir. Já ouvi o que nem precisava. - falei num tom de indiferença.

- Você ouviu algo? Pérdon! Eu não sei o que ela tem na cabeça de achar que eu devo alguma satisfação da minha vi... - ele dizia, mas eu o interrompi.

- E muito menos deve pra mim. - falei diretamente.

- É diferente. Eu quero e sinto que devo me explicar pra você. Ela invadiu nossa conversa. Por favor, vamos resolver isso logo. Já tivemos um mal-entendido no nosso primeiro encontro, e isso já me deixou muito mal. - ele disse e colocou suas mãos em meus ombros.

Olhei para seus olhos e, assim como suas palavras, eles suplicavam pelo meu sim.

Diferente de minutos atrás, meu lado emocional estava sendo mais incisivo, e pesava o argumento de que seria melhor lhe ouvir logo.

- Vamos, vai? Por favor! - ele pediu novamente e me despertou da briga dos meus pensamentos.

- Eu sinceramente acho que é melhor essa conversa acontecer depois. Já disse que estou muito cansada e amanhã eu volto pra minha rotina de trabalho. - falei e olhei para o lado.

- Então, por isso mesmo você tinha aceitado antes. - ele disse, e ficou buscando meu olhar.

- Tá bom! Você venceu. Vamos logo antes que eu mude de ideia. - falei e tirei seus braços dos meus ombros.

- Gracias, gracias. - ele disse e me abraçou.

Não correspondi seu abraço, rapidamente me afastei dele, e fui em direção a porta do banco de passageiro.

Quando ele entrou no carro, pensei que pediria meu endereço, mas apenas buscou no histórico do seu gps.

Assim que saímos do estacionamento do shopping, ele começou a tal explicação que tanto insistiu ter.

la mejor compañia ~ Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora