08. A volta

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ulian cortava as fatias de pães para caramelar na geleia de morango que Corina tinha feito. Tirou os biscoitos do fogão enfeitando com creme em formato de bolinhas. Mathieu adorava biscoito e Dan geleia de morango. Sorriu olhando para os pratos feitos sobre a mesa. Acordou cedo para fazer o café da manhã das duas pessoas favoritas.

"Hey! Bom dia." Dan entrou na cozinha pequena segurando o pequeno alfa nos braços. Seus cabelos estavam penteados para trás, Julian revirou os olhos por Dan ter feito o trabalho de dar banho em Mathieu.

"Bom dia, venham comer." Julian sentou-se seguindo por Dan. Mathieu fez um pequeno burburinho fazendo o ômega rir. Dan apertou suas bochechas gordas. "Você o mima muito, Dante." Julian comentou o nome verdadeiro de Dan.

"Ele é meu afilhado, claro que irei mimá-lo."

Julian sorriu, Dan se tornou uma presença tão importante na vida de Mathieu. Nunca imaginou que o cavaleiro teria um lugar na sua vida, até mesmo moram juntos e Dan apoia Julian em qualquer situação. Mathieu, com seus dois aninhos de idade já se adaptava melhor, é como se fosse ontem que Julian e Dan corriam para um lado e outro com o bebê sentindo cólicas, trocas de fraldas, noites mal dormidas. Julian tinha tanto orgulho de si mesmo, criava seu bebê com tanto amor e proteção.

"Chegou outra carta de Patel." Julian avisou a Dan que apenas o olhou. Um olhar de angústia.

"Você precisa voltar, meu príncipe."

Querendo ou não, dizer aquelas palavras o alfa se sentia mau. Não queria sai de sua vida com Julian, os dois viviam em meio a felicidade e conforto. Tinha uma casa boa, amigos incríveis e um bebê para amar. Claro que aquilo não os tornava um casal, e para constar Dan apenas gostava de proteger Julian e a criança. Um laço forte entre eles.

"Sim."

"Então?"

"Papai está doente, Patel citou na carta que ele está ficando cada vez pior. Céus, eu não tenho vontade de voltar."

Julian se ergueu durante todo esse tempo, ele sabia muito bem que uma hora teria que voltar como prometido. Mas os planos mudou, ele tinha Mathieu e não poderia chegar com uma criança até seu pai e lhe dizer que tem um neto. Ou, contar a Declan que a criança é dele, o que certamente Julian jamais faria. Não envolveria Mathieu naquela vida, a liberdade e o conceito de viver como alguém qualquer é bem mais divertido. Uma vida simples, sem regras e responsabilidades.

A preocupação angustiada de saber que seu pai estava doente lhe deixou ansioso, ele tem que esconder a covardia e voltar para o seu povo. O sangue de um príncipe corria em suas veias, como também Mathieu tinha esse destino de ser seu futuro herdeiro. A linhagem causava uma bela dor de cabeça em Julian, pouco se importava agora.

"Julian, já passou da sua hora. Precisa voltar, não fuja mais. Você me tem, e sempre irei proteger vocês."

"Não penso em mim, mas em Mathieu. Papai nunca aceitará um neto bastardo. Se é que é bastardo..."

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