CAPÍTULO 12

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Pov Luiza

Igor e Valentina estão me olhando como se eu fosse louca, ou como se tivesse dito a coisa mais absurda do mundo. Mas eu pensei muito sobre isso. Pensei sobre como aproveitar o terrível plano de Bernardo. E aqui está a minha oportunidade de começar de novo, de poder ser quem eu quiser. Fazer o que quiser.

— Não pode estar falando sério. — Igor fala em um tom indignado.

— Eu estou. — Reafirmo, pego o meu copo de whisky e bebo um gole. — Te dou 500 mil dólares pelo serviço.

— Não me parece uma boa ideia. — É tudo o que a mulher diz.

— Por que não? — Questiono. — Quer mais dinheiro? Podemos negociar, chegar em um acordo.

— Não, não. Isso não é sobre dinheiro. Sou uma assassina Luiza, matar pessoas e o que faço para viver. Nunca matei ninguém de "mentirinha".

Reviro os olhos para a sua expressão séria.

— Para tudo tem uma primeira vez. — Digo.

— Preciso de um tempo para pensar. — Ela fala.

— Eu preciso de uma resposta agora, como você mesmo me disse ontem, tem um prazo para o trabalho ser feito e se você não fizer outra pessoa vai fazer. Um assassino vai vir me matar em breve. — Falo rapidamente em um tom quase desesperado. — E como eu disse, não sou uma suicida, não quero morrer.

— Isso não é motivo para preocupação Luiza, eu vou proteger você. — Igor fala enquanto se aproxima de mim e segura a minha mão. — Ficarei ao seu lado noite e dia se for preciso.

— Não vai adiantar. — Valentina diz. — São assassinos altamente treinados, em um minuto ela vai estar ao seu lado, viva e respirando e no outro vai estar morta no chão. E você não vai nem perceber o que foi que aconteceu.

— Então vai aceitar a minha proposta ou vai me deixar morrer? — Questiono sem tirar os olhos dela.

— Aceito. — Ela fala.

Igor solta a minha mão e sai da sala. Meio irritado ou decepcionado não sei ao certo.

— Eu preciso ir, para pensar em como vamos fazer isso. Você deveria descansar, dormir um pouco. Está parecendo exausta. — Seu tom é tão doce e gentil que por um momento ela até parece uma mulher normal. Apenas sorrio e a vejo sair pela porta sem olhar para trás.

É difícil descrever como estou me sentindo agora. Uma mistura estranha de alívio por ela ter aceitado e medo de que isso tudo dê muito errado. Desisto de terminar o meu copo de whisky e vou atrás de Igor buscando-o pelo apartamento.

— Oi — Falo ao encontrá-lo na cozinha, sentado à mesa, encarando um copo de água na sua frente.

— Luiza. — Ele fala e eu consigo sentir a sua voz levemente embargada.

Me sento na cadeira ao seu lado.

— Acha que estou louca? — Pergunto.

— Não preciso responder se você sabe a resposta. — Seu tom é grosseiro.

Relevo a forma como Igor está agindo já que sei que ele só está tão chateado porque se importa muito comigo.

— Tente ver pelo meu lado Igor, que escolha melhor eu tenho?

— Você tem muitas escolhas, não precisa fazer isso. Forjar a sua morte? Como você acabou pensando nisso? Como foi que isso soou uma boa ideia? Eu não consigo entender.

— Eu só pensei que... — Tento me justificar, porém sou interrompida.

— Pensou que seria uma boa ideia ir embora para sempre? Abandonar a sua vida, os seus amigos, as pessoas que se importam com você? Fazê-los chorar em um funeral?

Em outra vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora