CAPÍTULO 13

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Pov Luiza

O dia já acabou e eu não consegui fazer quase nada além de esperar ansiosamente Valentina entrar por aquela porta, não pelo motivo que me fez torcer para encontrar ela de novo ontem, e sim para ouvir o seu plano. O plano que vai mudar a minha vida, ou melhor dizendo acabar com ela para sempre. A ansiedade quase me fez voltar a roer as minhas unhas, hábito que abandonei quando ainda era uma adolescente. Porém me controlei e ao invés de encher a cara para me acalmar, tomei um calmante natural de maracujá, que não funcionou quase nada e pratiquei yoga. Controlar a respiração me ajudou por um tempo.

— Acha que ela não vem? — Pergunto a Igor que está sentado no sofá, apenas observando a minha inquietação.

— Eu torço para que não, mas sei que sim. Com a quantia que você ofereceu. Qualquer pessoa voltaria. — Ele responde sem receio de demonstrar que não concorda com o meu plano.

A campainha toca e eu sinto as minhas mãos tremerem. E meu coração pular. Paraliso no meio da sala.

— É ela. — É tudo o que consigo dizer.

— Eu abro. — O homem fala e se levanta. O observo caminhar a passos largos até a porta.

— Luiza, Igor. — Ela nos cumprimenta.

— Tem um plano pra mim? — Questiono de uma vez se rodeios ou tempo para cordialidades.

— Eu tenho, mas é um plano audacioso. — Valentina diz me encarando.

— Não vejo a hora de ouvir. — Digo e me sento no sofá. Igor e Valentina fazem o mesmo. O homem fica ao meu lado e ela na poltrona de frente para nós.

— Eu soube que você vai discursar na inauguração de uma escola no Queens.

Ela começa a falar.

— Sim, mas não é só uma escola. Vai ser como um centro tecnológico para crianças e jovens. Tenho certeza de que desse lugar vai surgir grandes cientistas. — Digo a corrigindo, toda essa informação não é realmente relevante para essa conversa, porém sinto orgulho em contar isso. Sinto orgulho de ter condições de financiar iniciativas assim, que podem transformar a vida de pessoas para melhor.

— Bernardo também vai estar lá, não é mesmo? — Ela pergunta. E eu respondo que sim, apenas balançando a cabeça para cima e para baixo. — Também estarão lá muitos jornalistas, muitas pessoas. Vai ser de fato um grande evento.

— Mas um que ele pretende usar para promover a sua campanha. — Igor comenta com um tom de desprezo. Nós duas olhamos para ele que continua falando. — Não é a primeira vez que ele utiliza das suas boas ações para se promover.

Tem razão, mas é a primeira vez que eu te vejo falando assim. — Comento.

— Antes você não sabia que ele era um babaca.

— Nossa — É a única reação que consigo demonstrar. Mas ele está certo quanto a isso.

— Podemos voltar ao plano? — Valentina pergunta.

— Por favor. — Digo. E volto a minha atenção totalmente para ela.

— Então vai ser nesse evento onde tudo vai acontecer, quando começar a discursar vou atirar em você. — Ela fala com extrema naturalidade.

— Você vai o quê? — Pergunto assustada.

— Atirar em você — Ela repete.

— Isso é loucura. — Igor fala e se levanta de supetão.

— Eu disse que era um plano audacioso. — Ela comenta.

— Sim, disse mesmo. Mas não disse que ia me matar de verdade. — Digo. — Não pode atirar em mim.

Em outra vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora