Capítulo 04

89 14 1
                                    

Camila Cabello

Lorenzo Jauregui está no meu quarto.


Não, Lorenzo Jauregui está na minha cama.


Não estou nem um pouco preparada para isso. Na verdade, estou tentada


a mandar uma mensagem de socorro para Dinah, porque não tenho ideia


do que fazer ou dizer. Pelo lado bom, estamos vendo um filme, o que


significa que não tenho que fazer nem dizer nada, exceto olhar para o


computador, rir nas falas certas e fingir que o cara mais maravilhoso da


Briar não está sentado na minha cama.


E ele não é quente só na aparência. Literalmente também. Sério, o fogo


que emana dele parece vir de uma fornalha. Eu, que já estava acalorada e


formigando só com a presença dele, estou começando a suar.


Tentando ser discreta, tiro o moletom e o dobro ao meu lado, mas o


movimento faz com que Lorenzo vire a cabeça. Aqueles olhos verdes profundos se concentram na minha blusinha, demorando-se um pouco nos


meus peitos.


Meu Deus. Ele está vendo os meus peitos. E, embora eu seja um mísero


P, pela forma como seus olhos se acendem seria de imaginar que sou uma atriz pornô.


Quando percebe que o flagrei olhando, Lorenzo me lança uma piscadinha e


volta a atenção para a tela.


É oficial: conheci um cara capaz de mandar bem numa piscadinha. É impossível prestar atenção ao filme. Meus olhos estão na tela, mas


minha cabeça está em outro lugar. Concentração total no cara ao meu lado.


Ele é muito maior do que eu pensava. Ombros incrivelmente largos, peito


musculoso, pernas compridas esticadas diante de si. Já o vi jogar, então sei


que é agressivo no gelo. Ter esse corpo poderoso a centímetros do meu


dispara algo em minha coluna. Lorenzo parece muito mais velho e mais


masculino do que os calouros com quem tenho saído.


Dãã. Ele é do terceiro ano.


Tá. Mas... ele parece mais velho do que isso também. Tem toda uma


virilidade que me faz querer rasgar suas roupas e lamber seu corpo feito um


sorvete.


Levo mais uma bala à boca, na esperança de que mastigar umedeça minha garganta tão seca. Na tela, a mulher de McClane está no avião, discutindo com o repórter irritante que encheu o saco deles no primeiro filme. De repente, Lorenzo me olha, com uma expressão de curiosidade no rosto.


"Você acha que seria capaz de pousar um avião se não tivesse outra escolha?"


Dou risada. "Achei que já tivesse visto o filme. Você sabe que ela não tem que pousar o avião, né?"


"Não, eu sei. Mas fiquei me perguntando o que faria se estivesse lá e fosse o único que pudesse fazer isso." Ele suspira. "Não acho que seria capaz."


A velocidade com que admite isso me surpreende. Outros caras talvez


tentassem dar uma de macho, falando sobre como pousariam aquele

Nosso Erro - Camren Alternativo Onde histórias criam vida. Descubra agora