Capítulo 13

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Camila Cabello

Pela primeira vez na vida, não estou com raiva de Dinah por me fazer sair de casa no meu aniversário. Queria evitar festa e ficar em casa, mas ela me tentou com o filme do Jason Statham. Somos amigas a tempo o bastante para Dinah conhecer todos os meus pontos fracos — e explorá-los a todo custo.
Mas devo a ela um favor e tanto por usar Statham como isca esta noite, do contrário, não estaria sentada com Lorenzo.

Em todo caso, ainda não sei o que acho dele. Lorenzo não deixou a melhor
primeira impressão quando fugiu do meu alojamento, mas não posso negar
que a segunda aparição foi um sucesso, em termos de orgasmo. Então acho
que tenho um pró e um contra, por enquanto.
Ou melhor, dois prós — porque, no meio do filme, ele me beijou.
E não é um beijinho. Nem uma carícia prolongada. É um beijaço quente
e de língua que faz meu coração bater acelerado e tão alto que encobre o
som das explosões na tela. Eu me perco naqueles lábios, nele, no carinho
habilidoso da sua língua e no calor da mão que envolve meu pescoço.
É só quando ouço as risadas dos caras do meu lado que me lembro de
onde estamos. Me afasto, sem jeito, e o olhar de pálpebras pesadas de
Lorenzo repousa em minha boca, que está molhada e inchada.

Ele se aproxima. “Em uma escala de um a dez, quanto você se importa de
perder alguns minutos do filme?” Penso por um instante. “Dois?”
“Que bom.”
Ele me coloca de pé. Como estamos bem no corredor, não temos que
passar na frente de ninguém, poupando todo mundo daquele terrível

“Desculpa, com licença” horroroso. De mãos dadas, descemos os degraus
na ponta dos pés. Vejo Dean e Dinah nas fileiras da frente, mas nenhum
dos dois percebe nossa fuga.
“Aonde a gente está indo?”, sussurro.
Sua resposta se resume a um sorriso malicioso. Ele me leva para o
corredor escuro em direção às portas da sala, mas, em vez de sair, vira à
esquerda e gira a maçaneta de uma porta que eu nem tinha percebido que
existia.

Estamos num depósito. É escuro como breu e cheira a material de limpeza, mas, de repente, o corpo de Lorenzo pressiona o meu, e tudo o que consigo sentir é o seu cheiro. Suspiro quando sua boca cobre a minha, porque não vi o beijo chegando. Na verdade, não consigo ver nada. Mas pode ter certeza de que sinto. Os músculos rígidos do peito de Lorenzo,
tensos sob a camisa de manga comprida. A insistência sedutora de sua língua, deslizando por meus lábios entreabertos e enchendo minha boca.
Passo os braços por seu pescoço e correspondo ao beijo ansiosamente.
Num piscar de olhos, ele me recosta contra a parede e enfia a coxa
musculosa entre minhas pernas. O contato inesperado desencadeia uma
onda instantânea de excitação que me domina por completo.

Lorenzo me beija com uma vontade insaciável, chupando minha língua
como se fosse bala. Então segura minha bunda e me puxa mais para perto,
esfregando nossos corpos um no outro.

“Queria poder comer você aqui.” Ele rosna as palavras contra meu
pescoço antes de afundar os dentes nele, causando uma pontada de dor que
imediatamente suaviza com a língua. Não tinha percebido que meu pescoço tinha tantas terminações nervosas.
Estou pegando fogo, cada centímetro de pele formigando com o toque dele,
se arrepiando cada vez que seus lábios viajam por minha carne febril.
Meu clitóris incha, dói, e a tensão entre minhas pernas cresce cada vez
mais, até que estou desavergonhadamente me esfregando em sua coxa, numa tentativa desesperada de me aliviar. Nunca fiz isso antes, e a noção de que qualquer um poderia entrar e nos pegar aqui é tão emocionante que meus quadris se movem mais depressa, desejando o atrito.

“Ah, linda, faz mais, vai?”, murmura ele. “Fica se esfregando em mim.”
Minha. Nossa.
Esse tipo de papo para mim é… novidade. E excitante. Estou com tanto
tesão que nem consigo formular pensamentos coerentes.
Ele faz um caminho de beijos por minha pele até chegar à minha boca,
enfiando então a língua bem fundo, imitando os movimentos dos quadris.
Se, há uma semana, alguém tivesse dito que Lorenzo Jauregui estaria me
agarrando num depósito de cinema, eu teria morrido de tanto rir.

Mas aqui estamos, e é bom demais. Meu clitóris pulsa cada vez que o fecho da calça dele o pressiona. Ou estou interpretando completamente
errado o formigamento louco dentro de mim, ou… acho até que posso gozar
assim. De roupa, apenas pelo contato de sua coxa… É, estou quase lá.

Um ruído desesperado escapa da minha boca, mas é imediatamente
engolido por outro beijo faminto de Lorenzo, que balança os quadris com
mais força, mais rápido, até o prazer contido em mim explodir numa onda
de pura felicidade que me atravessa, comprimindo meus dedos e me
fazendo contorcer os pés.
Lorenzo deixa a cabeça cair na curva do meu pescoço e solta um grunhido
baixo. Ele respira com dificuldade contra a minha pele, enquanto todo o seu
corpo treme.

“Porra. Isso foi demais”, ele murmura, alguns segundos mais tarde. Seus braços me envolvem, me apertando com força contra o peito forte, à medida que nós dois nos recuperamos, ambos com a respiração ofegante e o coração batendo em uníssono. Um minuto inteiro se passa, até que ele me solta e se afasta.
Meus olhos se ajustaram à escuridão, e o vejo pegar uns guardanapos de
uma pilha, numa das prateleiras mais próximas. Ele enfia a mão nas calças,
depois tira o guardanapo amassado e joga na lata de lixo perto da porta.
Em seguida, está de volta e, com a boca junto ao meu ouvido, diz, com a
voz rouca:

“Feliz aniversário”.
Começo a rir. Não tenho ideia do motivo, mas é tudo tão surreal que me
pego tremendo, o que provoca uma gargalhada profunda dele.

“Obrigada”, respondo, entre risos.
Seus lábios roçam os meus por um breve momento, e então ele pega
minha mão e me leva até a porta. Lorenzo faz uma pausa diante dela,
curvando-se galantemente antes de abrir para mim. “Depois de você, linda.”
Ah, merda. Essas quatro palavrinhas derretem meu coração, transformando tudo numa maçaroca quente e grudenta dentro do meu peito.
Pelo menos agora sei como me sinto a respeito disso tudo.
Acho que posso estar gostando dele. Bastante.

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