Seul é o palco de uma guerra silenciosa entre dois dos criminosos mais perigosos da cidade. Park Jimin, o enigmático Kitty Gang, age sozinho com sua aura encantadora e destrutiva, enquanto Min Yoongi, o implacável Agust D, lidera sua gangue com uma...
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A madrugada em Seul era um lugar onde o caos e a ordem se encontravam, dançando sob as luzes piscantes e nas vielas escuras. Agust D se movia em silêncio, observando o vai e vem das ruas de cima de um prédio abandonado. A adrenalina do confronto no cais ainda pulsava em suas veias, mas ele se controlava. Aquele jogo com Kitty Gang não poderia ser decidido de maneira impetuosa. Ele acendeu outro cigarro, tragando profundamente, enquanto seus pensamentos vagavam entre planos e vinganças.
-Eu vou pegá-lo – murmurou para si mesmo, a fumaça escapando entre seus lábios.
Agust D nunca se permitiu ser superado por ninguém, mas Kitty Gang conseguia irritá-lo de uma forma que nenhum outro adversário fazia. Talvez fosse o sorriso debochado, ou o jeito insolente de agir como se o perigo fosse apenas um passatempo. De qualquer maneira, ele sabia que, em breve, um de seus jogos chegaria ao limite. E nesse dia, um deles não sairia ileso.
Ele tragou o cigarro mais uma vez, deixando a brasa vermelha iluminar seu rosto brevemente antes de jogá-lo ao chão e pisar em cima. Estava na hora de agir.
***
Enquanto isso, Kitty Gang estava em outro canto da cidade, em um de seus poucos refúgios secretos. A noite estava tranquila demais, e isso o incomodava. Após o encontro com Agust D, ele esperava algum tipo de retaliação imediata, mas até agora... silêncio. Isso não era típico de Agust D, que geralmente preferia agir rápido, e essa ausência de ação o deixava inquieto.
Ele olhou para os capangas que o acompanhavam, sempre à sua volta, prontos para qualquer ordem, mas nunca perto o bastante para entender o que realmente se passava em sua mente. Kitty Gang sempre manteve todos à distância. Menos um. Menos Agust D, que de alguma forma conseguia invadir seus pensamentos e desafiá-lo de maneiras que ninguém mais conseguia.
-Esse maldito loiro está aprontando alguma coisa – Kitty Gang sussurrou para si mesmo, mexendo os dedos sobre a faca na sua cintura. Ele nunca se separava dela. Tinha se tornado uma extensão de seu corpo, uma companheira nas horas de conflito.
Um de seus capangas, percebendo o desconforto do chefe, se aproximou com cautela.
-Chefe, notícias do lado de Agust D. Parece que ele está movimentando alguns dos homens perto da estação central. – A voz do homem era tensa, com medo de irritá-lo.
Kitty Gang sorriu ao ouvir o nome.
-Finalmente. Eu sabia que ele não ia ficar quieto por muito tempo. – Levantou-se de um salto, jogando a jaqueta sobre os ombros. Seus olhos brilhavam com uma mistura de excitação e determinação. – Chame os outros. Quero ver o que Agust está planejando dessa vez.
***
A estação central era um dos pontos mais movimentados da cidade, um lugar onde as pessoas se misturavam em meio ao barulho constante dos trens e dos ônibus. Mesmo na madrugada, sempre havia movimento por lá. Era um terreno neutro, onde ninguém ousava fazer um movimento grande demais. Ao menos, até aquela noite.
Agust D já estava lá, encostado em um dos pilares de concreto perto da entrada da estação, tragando mais um cigarro. Ele sabia que Kitty Gang viria. Aquilo fazia parte do jogo. Era tudo uma questão de tempo. Quando avistou a silhueta familiar de cabelo rosa se aproximando entre as sombras, seu corpo ficou tenso, mas sua expressão continuou impassível.
-Você realmente não sabe quando desistir, não é? – Kitty Gang provocou, surgindo da penumbra com aquele sorriso que Agust D tanto odiava.
-Desistir nunca foi uma opção. – Agust D respondeu, sem tirar o cigarro dos lábios. Seu tom era frio, calculado, mas havia uma tensão subjacente que ambos podiam sentir.
Kitty Gang aproximou-se lentamente, mantendo os olhos fixos em Agust D. Havia algo nos olhos dele, uma mistura de raiva contida e desejo de vencer. Mas, ao mesmo tempo, um fascínio estranho, como se a tensão entre eles fosse mais do que apenas ódio.
-Você me fascina, sabia? – Kitty Gang riu, girando a faca entre os dedos com habilidade. – Nunca sei o que esperar de você.
-E eu nunca sei o que esperar de você, Kitty. – Agust D retrucou, lançando a provocação de volta.
O uso daquele apelido irritava Kitty Gang profundamente. Ele odiava ser chamado assim por Agust D, como se fosse um jogo infantil. Mas parte de sua frustração também vinha do fato de que, por mais que odiasse admitir, ele adorava cada segundo desse jogo perigoso.
-Se você não parasse de me chamar de Kitty, talvez a gente pudesse ter uma conversa civilizada. – Kitty Gang sorriu, mas o tom era carregado de ironia.
-E perder a diversão? Não, obrigado. – Agust D apagou o cigarro e deu um passo à frente, encurtando a distância entre os dois.
A proximidade fez o coração de Kitty Gang acelerar, mas ele não demonstrou. Em vez disso, manteve o sorriso presunçoso.
-Então, qual é o plano, Agust? Você quer realmente terminar isso aqui? Ou vamos continuar dançando por mais um tempo?
Agust D não respondeu imediatamente. Ele estava tão próximo agora que podia sentir o cheiro do perfume de Kitty Gang, misturado com o leve odor metálico da faca que ele segurava. A tensão era palpável, quase como uma corda prestes a estourar. Mas, ao invés de atacar, Agust D apenas inclinou a cabeça, seu olhar fixo nos olhos de Kitty Gang.
-Talvez eu só queira ver até onde você vai. – Ele murmurou, sua voz carregada de desafio.
Kitty Gang soltou uma risada baixa, mas seus olhos se estreitaram.
-Eu vou até onde for preciso. E você sabe disso.
O silêncio entre eles foi quebrado pelo som distante de sirenes, ecoando pela cidade. Ambos se afastaram, sem desviar os olhos um do outro.
-Até a próxima rodada, Agust. – Kitty Gang disse, recuando lentamente, o sorriso ainda presente em seu rosto.
-Até a próxima, Kitty. – Agust D respondeu, sua voz firme.
O jogo estava longe de terminar. Ambos sabiam disso.
