Seul é o palco de uma guerra silenciosa entre dois dos criminosos mais perigosos da cidade. Park Jimin, o enigmático Kitty Gang, age sozinho com sua aura encantadora e destrutiva, enquanto Min Yoongi, o implacável Agust D, lidera sua gangue com uma...
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Jimin estava relaxado na casa de Taehyung, um dos poucos lugares onde ele se permitia ser apenas ele mesmo, sem o peso da persona que o mundo conhecia como Kitty Gang. Aquela tarde, ele havia decidido que seria um dia sem sua máscara, sem o jogo perigoso que normalmente jogava. Precisava de uma pausa. Taehyung, como sempre, o acolheu de braços abertos, sabendo exatamente o que o amigo precisava.
Enquanto estavam sentados na sala, Taehyung falava animadamente sobre Jungkook, o rapaz que vinha ocupando seus pensamentos nos últimos meses. Jimin ouviu pacientemente, um leve sorriso no rosto, mas seus pensamentos estavam distantes. Ele nunca tinha visto Jungkook pessoalmente, mas pelas descrições de Taehyung, o garoto parecia ser alguém especial. Apesar disso, Jimin mantinha uma certa reserva. Ele conhecia Taehyung bem o suficiente para saber que, quando se tratava de sentimentos, as coisas poderiam ser mais complicadas do que pareciam.
-Ele é tão… diferente, sabe? – Taehyung disse, os olhos brilhando enquanto falava. – Parece que ele entende cada parte de mim, mesmo sem eu dizer nada. E eu tô pensando seriamente em pedir ele em namoro.
Jimin riu, balançando a cabeça.
-Você sempre foi intenso, Tae – ele comentou, mas o tom era de carinho, não de crítica. Ele sabia que Taehyung seguia seu coração, e admirava isso no amigo.
Com o passar das horas, eles foram para a varanda, o sol começando a descer no horizonte, pintando o céu com cores alaranjadas. Taehyung encostou-se na grade, olhando para as ruas movimentadas abaixo. Jimin, por outro lado, ajeitou o boné que cobria seus cabelos rosa. Mesmo ali, na varanda de um amigo, ele sentia a necessidade de se esconder, de evitar que alguém o reconhecesse.
Taehyung observou em silêncio enquanto Jimin colocava o boné, uma cena que se repetia toda vez que estavam fora das paredes seguras da casa. Ele suspirou, lembrando de quando tudo aquilo começou. Jimin tinha apenas 20 anos quando decidiu seguir o caminho de Kitty Gang. Na época, Taehyung tinha sido totalmente contra. Não entendia como alguém tão brilhante como Jimin poderia se envolver com algo tão perigoso. Mas, com o tempo, ele aceitou, ainda que a preocupação nunca o deixasse completamente.
-Você ainda gosta disso? – Taehyung perguntou de repente, rompendo o silêncio. Ele virou o rosto para Jimin, a curiosidade evidente no olhar. – Dessa vida... de ter que se esconder?
Jimin ficou em silêncio por alguns instantes, pensando na resposta. Não era uma pergunta fácil, e ele sabia que Taehyung merecia mais do que uma resposta automática. Ele olhou para o horizonte, os olhos perdidos na distância.
-Tem dias que é divertido – Jimin admitiu, a voz baixa. – A adrenalina, o poder… tudo isso é viciante. Mas... – ele fez uma pausa, como se escolhesse as palavras com cuidado – tem dias que eu só quero paz. Não ter que olhar por cima do ombro o tempo todo.
Taehyung assentiu, entendendo mais do que dizia. Ele sabia que Jimin carregava um fardo pesado, mesmo que raramente falasse sobre isso. Mas aquela pergunta queimarava em sua mente há tempos, e ele não podia deixar de fazer.
-E se algum dia você quiser sair disso? O que você faria? – Taehyung perguntou, a voz suave, mas cheia de curiosidade e preocupação genuína.
Jimin virou-se para ele, um sorriso irônico surgindo em seus lábios.
-Para sair dessa vida, Tae… eu teria que matar o Kitty Gang – ele disse, o tom de voz levemente amargo. – E eu não pretendo fazer isso tão cedo.
Taehyung engoliu em seco, sem saber o que dizer. Ele entendia o que Jimin queria dizer, que o caminho que ele escolheu não era algo de onde se pudesse simplesmente "sair". Kitty Gang era parte dele agora, algo que ele carregaria para onde quer que fosse.
-Mas e se você quisesse mesmo? – Taehyung insistiu, olhando fundo nos olhos de Jimin.
Jimin deu de ombros, desviando o olhar novamente para a rua abaixo.
-Aí eu descobriria uma maneira – ele respondeu, mas no fundo, nem ele mesmo sabia se realmente queria isso.
