Seul é o palco de uma guerra silenciosa entre dois dos criminosos mais perigosos da cidade. Park Jimin, o enigmático Kitty Gang, age sozinho com sua aura encantadora e destrutiva, enquanto Min Yoongi, o implacável Agust D, lidera sua gangue com uma...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A noite estava especialmente fria quando Kitty Gang desceu da moto em um beco sombrio da cidade. O rugido do motor se silenciou, mas sua mente continuava a mil. O peso da pistola contra seu corpo lembrava-o do motivo pelo qual estava ali. Ele havia conseguido a informação de onde Agust D estaria naquela noite, e agora se dirigia até lá. Não queria pensar muito nas motivações por trás de suas ações. Ele repetia para si mesmo que tudo isso era apenas parte do jogo.
Kitty entrou no prédio abandonado onde Agust costumava se esconder quando queria pensar, longe dos seus homens. O lugar era sujo, mal iluminado, com janelas quebradas e paredes descascadas, perfeito para alguém que gostava de se camuflar na escuridão como Agust D. Mas Kitty sabia que ele estaria lá. Sempre conseguia rastrear Agust, como se houvesse uma ligação invisível entre eles.
Ele subiu os degraus rangendo suavemente, seus passos eram calculados e silenciosos. Kitty sempre fora um predador nato, mas dessa vez, o que estava caçando era incerto. Quando finalmente chegou ao andar mais alto, ele sentiu uma presença familiar antes mesmo de vê-la.
-Você não cansa de me seguir, Kitty? – a voz de Agust D veio de um canto escuro da sala. Ele estava sentado em uma janela quebrada, olhando para a cidade iluminada abaixo.
Kitty não respondeu de imediato. Caminhou até o meio da sala, mantendo os olhos fixos em Agust D, que o observava com uma mistura de curiosidade e irritação.
-Não estou aqui para te seguir – respondeu Kitty com um sorriso de canto. – Estou aqui para garantir que você ainda está no jogo.
Agust D arqueou uma sobrancelha, claramente intrigado.
-No jogo? – ele riu baixinho. – O que faz você pensar que eu sairia dele?
Kitty deu de ombros, sem sair do lugar.
-A oferta subiu, Agust. Agora tem mais gente querendo sua cabeça. Meio milhão não era o suficiente, então agora ofereceram um milhão. E eu não gosto de concorrência.
Agust ficou em silêncio por um momento, o rosto ainda à meia-luz. Kitty podia ver o brilho nos olhos dele, mas não conseguia decifrar o que estava passando pela mente do outro.
-E por que você se importa? – perguntou Agust, levantando-se lentamente da janela e caminhando até ficar à frente de Kitty. – Pensei que adorava o caos. Que diferença faz se eu morrer ou não?
Kitty sentiu seu corpo se enrijecer, o olhar de Agust D queimava em sua pele, mas ele não desviou os olhos. Ele havia se preparado para esse momento, mas, de alguma forma, as palavras que queria dizer não saíam com facilidade.
-Porque... – Kitty começou, mas parou, lutando para encontrar as palavras certas. – Porque o jogo acaba se você morrer. E eu não estou pronto para isso.
Agust sorriu de canto, cruzando os braços.
-Ah, então é sobre isso? – sua voz estava carregada de provocação. – Está preocupado em perder o joguinho que temos, Kitty?
Kitty sentiu uma raiva familiar brotar em seu peito. Ele odiava quando Agust o provocava daquela maneira. Era como se ele soubesse exatamente como mexer com seus sentimentos, exatamente como tirar ele do controle.
-Não é só sobre o jogo – Kitty respondeu, um pouco mais ríspido do que pretendia. – Mas não vou deixar outra pessoa te matar. Se alguém vai acabar com você, vai ser eu.
Agust D soltou uma risada baixa, e Kitty podia ver que, de alguma forma, ele estava gostando daquela situação. O loiro se aproximou mais, reduzindo a distância entre eles.
-Interessante – ele murmurou. – Então é isso que te motiva, Kitty? Ser o único capaz de me derrubar?
A proximidade fez o coração de Kitty acelerar, mas ele não demonstrou. Em vez disso, manteve a expressão fria, calculada.
-Você sempre foi meu alvo, Agust. Não vou entregar isso de bandeja pra qualquer idiota que queira te matar por dinheiro.
Agust D parou bem na frente dele, seus rostos quase se tocando. Kitty pôde sentir o cheiro familiar de cigarro que sempre acompanhava Agust, algo que ele odiava e adorava ao mesmo tempo. Agust sorriu, aquele sorriso que Kitty sabia que escondia muito mais do que provocação.
-Não é só o jogo, é? – ele repetiu em tom de desafio.
Kitty apertou os punhos, tentando controlar o impulso de responder de maneira violenta. Mas algo dentro dele sabia que Agust estava certo. Não era apenas o jogo. Havia mais naquela tensão entre eles, algo que Kitty não queria admitir, nem para si mesmo.
-Tanto faz – Kitty respondeu por fim, dando um passo para trás. – Só estou dizendo que se alguém vai acabar com isso, esse alguém sou eu.
Agust D o observou por mais alguns segundos, como se estivesse decidindo o que fazer com aquela informação. Por fim, ele deu um suspiro, voltando para a janela.
-Vamos ver quanto tempo esse jogo vai durar, então. – Ele acendeu um cigarro, soltando a fumaça lentamente. – Mas cuidado, Kitty. Porque quando se brinca com fogo, às vezes, é fácil se queimar.
Kitty sorriu de canto, girando sobre os calcanhares e indo em direção à saída.
-Eu sei exatamente com o que estou brincando – ele respondeu, sem olhar para trás. – E por enquanto, o fogo está sob controle.
Ele desceu as escadas rapidamente, sentindo uma mistura de alívio e tensão. O jogo continuava, mas algo havia mudado. Ele sabia que estava brincando com sentimentos que iam além do que estava disposto a aceitar. E sabia que, em algum momento, teria que lidar com isso.
Mas, por agora, a única coisa que importava era que Agust D ainda estava vivo. E, enquanto ele estivesse no jogo, Kitty também estaria.
