Capítulo 3 - La Diabla

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As aulas do primeiro período pareciam se arrastar para as duas. 

Mas Margot não calava a boca no debate sobre política exterior em totalitarismos e Mina apoiava a cabeça na mão, desejando que aquela aula acabasse quanto antes.

Já S/n tinha expressão gráfica e o professor era tão excêntrico que ela não sabia se prestava atenção nos slides ou na calça tão apertada que desenhava as partes íntimas do homem.

Como era capaz de sair na rua assim?

Depois de explicar todos os programas e aplicativos que os alunos podiam usar para começar a colocar em prática os temas estudados, dispensou a todos e se foi rebolando.

S/n reuniu seu material e foi direto à biblioteca, dessa vez mais animada. 

Havia esperado a manhã toda por aquilo. 

Já Mina acabava de sair da sala do professor Burton, que como era de se esperar, não colocou nenhum empecilho em que ela saísse um pouco antes, até porque ele não seria louco de se importar. 

Chegou primeiro, deixou sua mochila em um canto, ajeitou as cadeiras e olhou o celular. 

Faltava pouco para que S/n chegasse e suas mãos estavam suando.

Foi o tempo de esfregá-las e a porta se abriu.

"Meu Deus, ela está linda!"

Foi o primeiro pensamento de Mina. 

S/n usava um casaco branco de lã de manga comprida que alcançava suas coxas, quase como um vestido, com botas marrons de cano alto, cobrindo o joelho. 

O cabelo solto e o sorriso estampado. 

Mina precisou pigarrear para voltar a si. 

— Ei! — a latina disse nervosa ao perceber a forma em que Mina lhe encarou. 

A mais velha suspirou: 

— Ei... — disse sorrindo. 

— Estou atrasada? 

— Não, eu estava sem nada para fazer e decidi vir antes... 

Depois de deixar a bolsa ao pé da cadeira em que sentou, S/n tirou seu notebook antigo e o colocou em cima da mesa. 

Estava um tanto envergonhada pelo barulho que fazia ao ligar, mas Mina não parecia se importar mexendo em alguns papéis. 

Quando a latina recolheu o cabelo em um rabo de cavalo, pois estava começando a sentir calor, Mina a encarou com um meio sorriso:

— Você é cheirosa. — disse sem mais.

S/n riu:

— Obrigada.

— Então... vamos? — perguntou mostrando alguns papéis escritos à mão e S/n assentiu.

E assim passaram a tarde.

Mina se sentou mais perto, já que ficava o tempo todo na ponta da cadeira para alcançar a tela do computador.

S/n digitava algumas coisas, mas precisava de muita concentração para encarar a tela e não o perfil de Mina, que exalava um perfume forte tão perto de si.

"Mas que diabos está acontecendo com você, S/n?"

— E aqui a gente faz um gráfico para você explicar o que pretende obter de benefício com esse plano de sociedade limitada, sabe? — Mina a encarou ao não obter resposta: — S/n? Tudo bem?

A latina piscou lentamente e assentiu: 

— Sim... eu... desculpa. 

— Você quer parar?

— Não! Tudo bem. Sim, um gráfico, certo? 

Mina assentiu dubitativa:

— Só se você quiser...

— Eu acho ótimo! — disse sorrindo.

— Você sabe como fazer? — Mina sorriu de volta assentindo e começou a explicar.

Foi difícil para S/n manter o foco, mais do que Mina, que se distraiu explicando tudo. 

Laços Reais [MinaxYou]Onde histórias criam vida. Descubra agora