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Daryl deixou que cada um dos braços caísse ao lado do corpo, os ombros pesando como se uma enorme confusão se instalasse dentro dele

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Daryl deixou que cada um dos braços caísse ao lado do corpo, os ombros pesando como se uma enorme confusão se instalasse dentro dele. Seus olhos buscaram os de Merliah, tentando decifrar a expressão dela. Não havia malícia ali, apenas a tranquilidade serena e uma estranha honestidade que o deixava ainda mais desnorteado. Se ele não estivesse ficando louco, como tantas vezes imaginava que os outros pensavam, diria que ela estava tentando seduzi-lo. Mas não, não era isso. Ela parecia genuinamente séria, como se a ideia de compartilharem aquele espaço fosse tão simples quanto dividir um copo d'água.

Ele abriu a boca para dizer algo, mas fechou novamente, engolindo seco. Era como se as palavras lhe escapassem, e o desconforto crescia, queimando sob sua pele. Ela era uma freira, droga. Tudo nela, desde o tom leve da voz até o jeito como segurava as mãos diante do corpo, dizia que não havia nenhuma intenção oculta. Apenas uma oferta pura, um pedido talvez ingênuo, mas sincero.

Mas ainda assim... Daryl não conseguia encaixar aquilo na cabeça. A intimidade implícita naquela situação era demais. A ideia de dividir um espaço tão pequeno, tão próximo, era estranha, mais ainda com uma jovem que usava um hábito religioso. Ele não era um homem dado a luxos nem a pudores excessivos, mas isso? Não era como dividir uma barraca com um dos caras do grupo. Isso era diferente.

Ele respirou fundo, o ar saindo pesado e irregular, enquanto desviava o olhar, encarando o chão em busca de uma saída para o turbilhão em sua mente. Se ele aceitasse, o que aquilo significaria? E se recusasse, seria como ofender a bondade dela? Ele não estava acostumado a lidar com esse tipo de coisa, com gentileza sem motivo, com confiança sem restrições. Sua vida nunca tinha sido assim.

Por um momento, Dixon imaginou como seria ceder. Deitar-se ao lado dela, sentir a presença calorosa e serena de Merliah tão próxima... Mas ele logo afastou o pensamento. Não era justo. Não com ela, e nem com ele mesmo. O problema não era a possibilidade de algo acontecer; era a certeza de que ele não sabia como lidar com isso.

Daryl coçou a nuca, desviando o olhar para o chão e depois para as paredes, completamente perdido sobre onde colocar os olhos ou o que fazer com as próprias mãos.

𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora