𝒞𝒜𝒫Í𝒯𝒰𝐿𝒪 2

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Merliah Bridget

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Merliah Bridget

Dois dias se passaram tão rápido que mal tive tempo para pensar no fato de que não recebi nenhuma visita desde aquela reunião. A reunião onde decidiram se eu ficaria ou não, como se fosse um fardo a ser analisado e, quem sabe, rejeitado. Nem me dei conta disso até o momento em que Carol entrou no quarto. O quarto era de um garoto chamado Carl, mas agora tinha sido cedido a mim, para que eu pudesse me recuperar melhor e ser vigiada de perto.

Ela entrou sem bater, como era seu jeito, sempre direta. Seus cabelos grisalhos emolduravam um rosto que mostrava marcas de tempo e sofrimento, mas também uma certa calma que eu não entendia muito bem. Sem falar muito, ela trocou meus curativos, suas mãos habilidosas e firmes como se já tivesse feito isso milhares de vezes. Enquanto trabalhava, me disse que minha perna estava quase 100%, o que foi um alívio. Mas também mencionou uma pequena lesão no osso, algo que ainda me impediria de fazer qualquer trabalho pesado. Caçar, por exemplo, que eu sequer saberia por onde começar, ou lutar contra os mortos-vivos que rondavam os muros. Quando terminou, sugeriu que eu ficasse por conta das roupas. Achei que era justo, e, para ser honesta, um pouco de normalidade me soava bem.

Sem perder tempo, fui conhecer o lugar. Alexandria era impressionante. Enquanto caminhava, mancando um pouco, mas sem a dor insuportável de antes, pude ver casas ainda intactas, quase como se o mundo lá fora não tivesse desabado. Havia um sistema de luz e água que me deixou de boca aberta. Tudo construído do zero, funcionando perfeitamente, algo que me fez lembrar de como o convento onde morava era um lugar muito mais primitivo. As pessoas aqui tinham recriado algo parecido com a civilização.

Mas, conforme eu andava, notei os olhares. Alguns me observavam como se eu fosse um animal exótico, algo que nunca tinham visto antes. A estranheza estava ali, nítida, como se eu fosse de outro planeta. Meu instinto me dizia que eram as roupas. No convento, era normal andar com as vestes religiosas, era uma parte de mim. Aqui, elas me marcavam como diferente, como alguém que não pertencia.

—Por que você ainda não vestiu as outras roupas que te deram? Tá fazendo mais de trinta graus aqui fora.— Carol me olhou de cima a baixo, limpando as mãos nos jeans, enquanto me questionava.

𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora