Daryl estava na floresta há oito dias. Como sempre, ele preferia caçar por suprimentos sozinho, sem companhia. A situação em Alexandria estava desmoronando. Comida escassa, armas perdidas, e tudo o que Rick e o grupo tinham conquistado fora levado por Negan e os Salvadores. Desde que eles atacaram um dos postos avançados, achando que resolveriam o problema, tudo desmoronou. Negan apareceu com sua brutalidade, matando Abraham e Sasha, deixando Daryl com uma sensação pesada de culpa. Ele se isolava para não lidar com isso, convencido de que a caça solitária era a melhor maneira de fugir desse peso. Mas a verdade era que ele precisava desse tempo para processar tudo, mesmo que não admitisse.
Os últimos dias haviam sido gastos cruzando florestas e pequenas vilas saqueadas. Washington estava devastada, mas Daryl se aventurava em busca de cabanas e fazendas que ainda pudessem ter algo intacto. Na manhã do oitavo dia, ele estava à beira de um rio, quando percebeu uma movimentação estranha do outro lado. Dois mortos-vivos vagavam na margem oposta, tentando alcançar algo que não podiam. Foi então que ele viu, na margem mais próxima, uma jovem desacordada. Suas roupas estavam encharcadas e manchadas de sangue, mas o que realmente chamou a atenção de Daryl foram os hábitos religiosos que ela vestia – algo que ele sabia, mesmo sem entender muito, que indicava que ela era uma freira.
Cauteloso, Dixon se aproximou, a besta pronta, apontada para a mulher pálida que parecia já não estar mais viva. Ele se ajoelhou ao lado dela e verificou seu pulso. Os batimentos eram quase inexistentes, mas ainda estavam lá. Ele suspirou, largando a mochila e a besta no chão. Não havia muito tempo. Com uma pressa calculada, virou-a de barriga para cima e começou a fazer manobras de ressuscitação. A cada respiração boca a boca, ele sentia o desespero de estar lutando contra o inevitável. A água escorria de seus lábios enquanto ele tentava, quase sem esperança, trazê-la de volta.
Por um momento, ele quase desistiu. Mas então, como um último suspiro de vida, ela respirou fundo, tossindo toda a água que havia engolido. Seus olhos azuis se abriram por breves milésimos de segundo antes de se fecharem novamente, mas não antes de sussurrar com voz fraca: "Não solte." Daryl ficou paralisado por um segundo, observando-a. Sua pulsação estava mais forte agora, mas ainda fraca, e sua pele estava fria como gelo. Ele sabia que, se a deixasse ali, ela morreria. Os zumbis a alcançariam, a infecção em sua perna consumiria seu corpo, ou a hipotermia faria o trabalho. Ele não podia deixar isso acontecer.
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𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl Dixon
Fanfic☣︎⚔︎♱ ⁋ Em um mundo devastado por uma pandemia que transforma os mortos em zumbis famintos, Merliah Bridget luta para manter sua fé e vocação em um convento isolado. Com a esperança se esvaindo e a escassez de recursos se tornando insuportável, ela...