𝒞𝒜𝒫Í𝒯𝒰𝐿𝒪 17

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Alexandria estava submersa em um vazio opressivo naquela manhã

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Alexandria estava submersa em um vazio opressivo naquela manhã. O luto pairava denso e silencioso sobre as casas, tão pesado que parecia sussurrar nas paredes, na madeira, nas calçadas. Ninguém se aventurava a sair; todos permaneciam enclausurados, como se o simples ato de abrir uma porta pudesse despertar algum tipo de maldição. Negan e os Salvadores não haviam sido mencionados, como se apenas o nome pudesse trazê-los de volta. A morte de Olivia e Spencer fora o golpe final, uma confirmação cruel do que todos temiam, de quem Negan realmente era; um líder cruel, que não hesitava em esmagar o que estivesse em seu caminho, não importando o custo.

Daryl, no entanto, escolhia outro caminho. Ele não ficava parado, não deixava o silêncio consumi-lo. A tragédia o havia afetado, é claro, mas de maneira diferente. A morte de Spencer, para ele, não era exatamente uma perda. A convivência deles nunca fora das melhores. Spencer era só um garoto mimado, jogando-se em papéis de herói para ganhar respeito. Mas Olivia, ela sim, era uma boa pessoa. Uma pessoa de coração simples e bondoso, alguém que não merecia um fim tão brutal. Aquela morte pesava de uma maneira silenciosa e amarga, ecoando em algum canto de sua mente.

Mas o que realmente o tirara do sério, que não lhe permitira ter uma boa noite de sono, fora Merliah. Daryl não a tinha visto desde os eventos do dia anterior, e talvez isso tivesse sido uma escolha. Ele até pensou em procurá-la, principalmente após ver os Salvadores partirem, mas decidiu que o melhor era deixar pra lá. Ele conhecia o peso da culpa, sabia o quanto ela podia sufocar uma pessoa, ainda mais uma noviça, com seus próprios fardos e fragilidades. Merliah devia estar se afogando no mesmo remorso que ele experimentava, aquela dor que sentiu após as mortes de Abraham e Sasha, culpa gerada pelo impulso de um soco movido por ódio e desespero.

Agora, ele sentia o impulso de proteger Merliah desse mesmo peso, de qualquer coisa que pudesse quebrá-la ainda mais. Mesmo com assuntos inacabados entre os dois, e com aquele beijo ainda assombrando seus pensamentos, Daryl sabia que, às vezes, o silêncio e o tempo eram mais eficazes do que qualquer palavra. A presença dele poderia, sem dúvida, trazer mais peso do que conforto, e talvez o melhor que ele pudesse fazer fosse manter-se à distância, pelo menos por enquanto.

𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora