𝒞𝒜𝒫Í𝒯𝒰𝐿𝒪 19

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Daryl Dixon

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Daryl Dixon

Merliah estava ali, aninhada contra mim, enquanto eu permanecia imóvel, encostado contra o banco da picape. Sentindo o calor do corpo dela, sua respiração calma e regular, cada leve inspiração acariciando minha pele na curva do meu pescoço. Merliah havia caído num sono tranquilo, e eu fiquei ali, quieto, tentando absorver o que tínhamos acabado de fazer. O peso leve do corpo dela em meu colo, o peito subindo e descendo junto ao meu. Tudo parecia tão certo e errado ao mesmo tempo.

Continuei a olhar para o seu rosto, esse rosto angelical, tão sereno, afundado no meu ombro como se ali fosse o único lugar do mundo onde ela encontrava paz. Os tremores que tinham tomado conta dela antes de finalmente descansar se dissiparam, e o silêncio ao redor pareceu engrossar, como se o próprio tempo parasse. Ali, naquela quietude, era como se cada linha do meu rosto, cada cicatriz, tivesse uma nova história, uma que agora envolvia a noviça.

As mãos de Merliah ainda estavam relaxadas contra o meu peito, e eu podia sentir meu próprio coração batendo mais forte, não apenas pela adrenalina do momento, mas pelo peso da realidade. Fechei os olhos por um instante, deixando que o cheiro dela, o calor e a maciez da pele se cravassem na minha memória.

Observo Merliah se remexer levemente, os lábios murmurando coisas sem sentido, palavras desconexas que escapavam com suavidade enquanto seu corpo, ainda relaxado, se acomodava em meu colo. Depois de um suspiro longo e profundo, a noviça abriu os olhos devagar, como se o despertar fosse um processo gradual, algo que não queria interromper bruscamente. Ela bocejou, como se aquele tivesse sido o melhor sono de sua vida, um sono pacífico que se aninhava no silêncio entre nós.

Quando enfim ergueu o olhar, seu queixo ainda repousando em meu ombro, ela virou a cabeça levemente, deixando aqueles olhos azuis acinzentados me encararem, profundos e calmos. Não disse nada, não fez nenhum movimento brusco, como se a forma em que tinha adormecido ali, após nosso momento, fosse natural para ela. A jovem apenas me observava, sem medo, sem hesitação.

Vi quando a mesma umedeceu os lábios com a ponta da língua, e seus olhos desceram lentamente até minha boca, parando ali por alguns segundos, antes de voltar a me encarar com uma intensidade contida. Era como se Merliah procurasse alguma coisa, algo que não tinha coragem de dizer. Mas então, um pequeno, quase imperceptível sorriso surgiu em seus lábios rosados, um gesto sutil que me atingiu como um raio, deixando meu peito ainda mais pesado e, ao mesmo tempo, mais leve.

𝒮𝒜𝒢𝑅𝒜𝒟𝒪 𝒫𝑅𝒪𝐹𝒜𝒩𝒪 | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora